Falta de chuva provoca situação de emergência em Chapecó

Falta de chuva provoca situação de emergência em Chapecó

Decreto publicado nesta quarta-feira tem vigência de 180 dias

Agostinho Piovesan

Caminhões-pipa transportam água para moradores do interior do município

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A Administração Municipal de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, decretou, nesta quarta-feira, situação de emergência no município, em decorrência dos problemas de abastecimento de água de moradores e agroindústrias por causa da estiagem que iniciou em julho deste ano. O decreto tem vigência de 180 dias.

Há meses, a escassez severa de chuva na região vem comprometendo a rotina e a qualidade de vida da população nas áreas urbana e rural do município. Diante disso, o prefeito Luciano Buligon, após reunião com as secretarias e órgãos competentes, decidiu decretar situação de emergência na cidade e no interior, em decorrência do comprometimento no abastecimento de água.

O Poder Público informa que, além das baixas precipitações registradas nos últimos meses, as chuvas têm sido esparsas e mal distribuídas, o que dificulta ainda mais as atividades produtivas, lavouras, produção animal, oferta de água nas fontes, açudes, e até mesmo, poços profundos.

Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EFAGRI), a situação da falta de chuva se agravou em setembro, quando foi registrada a menor precipitação do mês dos últimos 51 anos, com apenas 40 mm de chuva em Chapecó. A mesma situação se repetiu em outubro, quando o esperado era de 168 mm, mas choveu apenas 8% deste volume.

Conforme o secretário de Infraestrutura Urbana de Chapecó, Max Well De Lima Ramos, 100 famílias do interior do município estão recebendo água através dos caminhões-pipa. “Por dia são distribuídos aproximadamente 300 mil litros de água, principalmente nas localidades de Linha Marcon, Serrinha, Água Amarela, Caravaggio, São Roque e Palmital dos Fundos”, disse.

Nesta quarta-feira dois caminhões, cada um com capacidade de 9 mil litros, transportam água atendendo primeiro o consumo humano, e em segundo lugar, o consumo animal.

Ramos informou, ainda, que a situação também é extremamente crítica no setor de agroindústrias. “Para manter os trabalhos, as empresas estão captando água diretamente do rio Uruguai. No momento, são 69 caminhões-pipa com capacidade média para 35 mil litros de água, realizando cerca 350 viagens por dia para garantir o abastecimento das unidades produtivas localizadas no município”, detalha.


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