Falta de gramado em parte do trecho 3 da orla do Guaíba perturba frequentadores

Falta de gramado em parte do trecho 3 da orla do Guaíba perturba frequentadores

Gestor de empresa que cuida da área afirma que há projeto prevendo mudanças

Felipe Faleiro

No local, inicialmente havia um gramado, mas fluxo constante de pessoas causou danos à área

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Revitalizada há pouco mais de um ano, a orla do Guaíba é um dos espaços mais frequentados de Porto Alegre, especialmente nestes dias de calor intenso. Porém, há a reclamação de parte destes frequentadores, diante de algo que consideram um inconveniente, prejudicando o visual do espaço e, de certa forma, também a mobilidade. Trata-se de arbustos intercalados com trechos de terra nua, dispostos em praticamente todo o percurso, e que, devida a circulação intensa de pessoas, sofrem continuamente os efeitos da erosão.

Um exemplo está em frente a pista de skate, no trecho 3 da orla, cuja entrega à população ocorreu em outubro de 2021. Ainda que a revitalização tenha sido concluída e haja bastante fluxo de atletas, praticantes de esportes e pedestres em geral, a terra está muito pisoteada ao lado de uma escada, indicando que muitos não utilizam o trecho construído. Existe quem concorde que a situação gera algum incômodo, embora não prejudique a circulação em si. 

Diante da situação, há o questionamento se há algum plano previsto para este local em específico. “Acredito que esta vegetação deveria ser mais uniforme, não permanecer do jeito que está. Poderia haver também mais escadas, já que não nasce grama porque as pessoas pisam bastante na terra. Poderia também haver uma fiscalização melhor de maneira geral”, opina o aposentado Romalino Ramos, morador do Centro Histórico, e que com frequência realiza caminhadas pela nova orla.

Já o também aposentado Lívio Lawall, que mora no bairro Menino Deus, tem opinião diferente. “Não atrapalha em nada, apesar que toda obra grande sempre carece de melhorias. Claro que isto aqui chama bastante a atenção, porém, talvez este declive era para ser desta forma”, comenta ele. A empresa responsável pelos cuidados no trecho 3 é a Talo Gestão e Comunicação. Procurado, o proprietário, Gabriel Rezende, afirma que há projeto em andamento para consertar o problema junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).

“Quando foi feito o projeto, a obra não previu que ali haveria um barranco. Há a erosão porque as pessoas de fato caminham por cima, mas antes havia grama que segurava a terra, só que ela foi destruída por aqueles que não respeitam. Quando chove e passa gente por cima, vira lamaçal”, diz ele, reforçando também que não há estatística relevante de acidentes causados pela terra solta, e que a solução deve ser a construção de uma espécie de “barragem” na área. Também procurada, a Smamus disse que "está agendada para a próxima semana uma vistoria dos técnicos da secretaria no local para análise e avaliação de uma solução definitiva para a questão da terra no entorno da ciclovia e do passeio público no trecho questionado pela reportagem".


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895