Falta de luz fecha loja de conveniência 12 horas antes do habitual no Rio Branco, em Porto Alegre

Falta de luz fecha loja de conveniência 12 horas antes do habitual no Rio Branco, em Porto Alegre

Energia elétrica retornou na sexta no local, junto ao Hospital de Clínicas, mas luz caiu novamente no sábado

Felipe Faleiro

Cristina precisou encerrar as atividades de estabelecimento ainda antes do horário do almoço nesta terça

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A atendente Cristina Ritz, que trabalha em uma loja de conveniência na avenida Protásio Alves, bairro Rio Branco, em Porto Alegre, precisou fechar as portas do estabelecimento nesta terça-feira às 11h30min, mais de doze horas antes do normal, devido a falta de energia elétrica na quadra há seis dias, ocasionada pelo temporal de terça para quarta-feira da semana passada. “Se a luz não voltar amanhã (hoje), talvez nem abriremos”, afirmou ela, emocionada.

Foi uma medida extrema tomada pela administração do local diante da situação adversa que impede o funcionamento dos fogões e geladeiras, além de trazer prejuízos aos empresários locais. “Hoje eu tive de colocar um saco cheio de salgados fora, e perdemos várias coisas. Meu trabalho depende de haver luz, então é bastante complicado. Muita gente perdeu muitos produtos, e às vezes não se tem dinheiro nem para comprar comida”, relatou ela.

Proprietário de um negócio de uma loja de artigos para festas localizada ao lado, Ângelo Gimenez também afirmou ter perdido itens que não puderam ser resfriados. “Faltou luz na terça-feira e na sexta retornou em apenas uma fase. No sábado de manhã, caiu de novo. Na segunda, veio uma equipe da CEEE Grupo Equatorial, mas disse que não era com eles, e mandou uma segunda. Aí disseram que iriam averiguar, mas não fizeram nada. Estamos com freezers quente, água, refrigerante, e todas as bebidas, e recolhemos alguns equipamentos para personalização, que é nosso instrumento de trabalho”, disse ele.

Conforme Gimenez, depois de “muitas e muitas tentativas”, somente hoje houve sucesso no contato com a empresa. Vizinho a ele, o proprietário de uma loja de produtos naturais, o comerciante Rodrigo Florian afirmou que um dos maiores prejuízos é relacionado aos clientes que não ingressam em sua loja. Localizado a menos de uma quadra do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e em uma das avenidas mais movimentadas da Capital, o comércio dele e da esposa até está com uma placa escrita “estamos abertos”, apesar de o atendimento ser precário.

Um dos únicos equipamentos elétricos em funcionamento era uma balança, carregada na casa deles. “O aluguel está para chegar agora, as contas estão aí e a gente com prejuízo. Semana passada, ficamos três dias sem luz, e para nossa surpresa, isto acontece novamente. Recebemos muitos clientes do Clínicas, porém estas pessoas têm pressa para ser atendidas, o que é normal. Só que não tem luz, e a demora faz eles irem embora sem levar nada, muitas vezes”, afirmou.

Nesta terça, no final da manhã, havia dois veículos da CEEE Grupo Equatorial na rua São Manoel, atrás do hospital, porém os funcionários não quiseram relatar no que trabalhavam. Já os comerciantes disseram que eles estavam apenas realizando testes na rede elétrica. Desde o temporal, a companhia relatou que 99,7% dos clientes em sua área de concessão já estavam com a luz restabelecida.


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