Falta de manutenção em arroios pauta reunião da Comissão de Saúde da Câmara de Porto Alegre

Falta de manutenção em arroios pauta reunião da Comissão de Saúde da Câmara de Porto Alegre

Grupo reuniu diversos órgãos para saber quais ações estão sendo tomadas para evitar alagamentos

Felipe Faleiro

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Porto Alegre tem 27 arroios, que cortam diversas partes do município, em sua maioria na área urbana. Por vezes, porém, a comunidade do entorno sofre com a falta de manutenção dos mesmos, como alagamentos a cada chuva forte e lixo acumulado em suas margens. Para discutir as ações realizadas pelos órgãos públicos e como solucionar eventuais falhas, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal reuniu ontem pela manhã secretarias municipais, Defesa Civil, departamentos municipais de Limpeza Urbana (DMLU) e Água e Esgotos (Dmae), e parlamentares na sede do Legislativo.

A comissão é presidida pelo vereador José Freitas, que ressaltou a importância de trazer ao debate o assunto. “Estas são demandas que chegam ao nosso gabinete e na própria Prefeitura quando há alagamentos. Sabemos que existe o assoreamento, e se não houver o desassoreamento, isto sempre vai acontecer. Temos que escutar bons exemplos de outras cidades, como Belém, e trazê-las a Porto Alegre. O recurso é pouco, mas é preciso haver a remoção constante de materiais para evitar acúmulo de água. Quando alaga, as pessoas perdem tudo”, observou Freitas.

Foram citados apontamentos no Arroio Dilúvio, que corta a Capital por 20 quilômetros, a partir de Viamão até o Guaíba. O curso d’água passa pelo processo desde março de 2022, porém, conforme a comissão, tem trechos novamente com entulhos. Há uma ecobarreira no local, que já impediu o deslocamento de mais de um milhão de toneladas de lixo ao Guaíba. No Arroio Sarandi, na zona norte, “moradores estão cansados e perderam a conta de quantas vezes a região alagou em função do transbordamento”, observou o relatório da comissão.

Outros citados foram o arroio Passo das Pedras, também na zona Norte, do Salso, nos bairros Restinga, Ponta Grossa, Hípica e Serraria, e do Manecão, no Lami. O coordenador da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior, citou as duas mortes no curso do arroio Moinho, bairro São José, em 2016 e 2022, e avaliou as ações realizadas pelo órgão. “Os arroios Passo das Pedras, Moinho e Cavalhada, que costumeiramente apresentavam problemas por qualquer volume de chuva, ao menos de 2022 para cá, não observamos mais isto”, comentou ele.

Ainda conforme o coordenador, após dezembro de 2021, quando houve uma grande enxurrada no Sarandi, foi feito um trabalho “muito forte” no local. “A partir dali, o Dmae entrou muito forte, e são toneladas e mais toneladas de entulhos retirados dali”, salientou. Já o diretor de Gestão e Educação Ambiental do DMLU, Marco Salinas, afirmou que ações preventivas são realizadas, porém é necessário um “pacto social de descarte correto dos resíduos”. 

“Estamos prosperando no projeto Bota Fora, tentando levar essa conscientização às comunidades principalmente às de mais vulnerabilidade social, para que estes entulhos sejam retirados destes locais”, disse Salinas. Em resposta aos questionamentos feitos pela comissão, a Prefeitura afirmou que foram retiradas mais de 100 mil toneladas de sujeira em dragagem apenas no trecho da orla do Guaíba próximo ao Anfiteatro Pôr do Sol, e investiu R$ 27 milhões na limpeza dos arroios.


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