Famílias sofrem novamente com alagamentos em Eldorado do Sul

Famílias sofrem novamente com alagamentos em Eldorado do Sul

Bombeiros e Defesa Civil registraram mais de mil atingidos

Rodrigo Thiel

Bombeiros e Defesa Civil registraram mais de mil atingidos

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Dezenas de famílias voltaram a conviver, nesta quarta-feira, com o drama de alagamentos em Eldorado. Sans Souci, Picada, Vila da Paz, Colina Verde e Chácara estão entre os pontos com maior registro de ocorrências pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros. A instituição contabilizou até o momento mais de mil pessoas atingidas, sendo 30 famílias desabrigadas.

Tendas foram montadas pela Defesa Civil e por voluntários em diversos pontos da cidade para a distribuição de paletes e tijolos para moradores que tiveram suas casas atingidas pelo Rio Guaíba. A  entidade também registrou ocorrências nas localidades de Parque Eldorado e Bom Retiro, onde os riachos e córregos extravasaram e a água estava com correnteza.

O prefeito em exercício, Ricardo Alves, visitou algumas áreas de risco e agradeceu à comunidade. “Nestes pontos nós temos a Defesa Civil, servidores, voluntários, vereadores, assessores e empresários. Todo mundo se uniu em prol da população atingida”, destaca. 

Ele recordou que, na semana passada, Eldorado já havia sofrido com a alta do Rio Guaíba. “No dia 7, fomos atingidos por um lado da cidade. Desta vez, foi pelo outro. Nós tivemos que remontar e reorganizar todas as equipes”, completou, citando o esforço da Defesa Civil.

Sans Souci e Vila da Paz

Na Sans Souci, o principal ponto atingido foi na beira do Rio Guaíba. A água não atingiu muitas casas, mas ilhou grande parte delas. Uma destas residências foi a de Doralice Dique, de 68 anos, moradora da Rua Oswaldo Silva Melo. “Eu nasci e cresci aqui no bairro. A gente pensa que está preparado para enfrentar mais uma enchente, mas não está. Já chorei demais desde terça-feira”.

Na Vila da Paz, grande parte das famílias que residem no local ainda não saíram de suas casas. Os poucos que saíram, buscavam formas de retornarem ao lar para recuperar mais roupas e mantimentos.

A moradora Viviane da Silva Lopes, de 36 anos, relata que já teve de sair de casa em outras enchentes desde que se mudou para o bairro. “Por enquanto só molhou o piso da casa. Estou na minha sobrinha, mas todo mundo está com medo de que a água suba ainda mais”.

Outros moradores precisam de ajuda de vizinhos para, através de barcos, conseguirem acessar suas casas. Gisele Martins de Oliveira, de 24 anos, estava aguardando auxílio para chegar até sua casa e buscar algumas roupas. “Já levantei tudo dentro de casa. Se continuar subindo do jeito que tá, vai ser horrível. Moro aqui desde que nasci e é sempre assim”, completou.

Picada

No bairro Picada, a situação se repete. A moradora Cláudia Pacheco da Silva, de 46 anos, teve sua casa atingida pela água do Rio Guaíba. Ela estima que as partes mais baixas da residência, que fica na Rua dos Pilares, foram cobertas por uma lâmina de cerca de 20 a 30 centímetros. 

Apesar disso, ela celebra o fato de ter conseguido salvar grande partes dos móveis. “Dentro de casa foi apenas a terceira vez que entrou água. Já construímos uma parte nova da casa mais alta justamente para evitar transtornos. Felizmente conseguimos levantar quase todos os móveis para estar parte mais alta”, relata.


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