Famurs alerta para aumento da preocupação dos municípios com estiagem no RS

Famurs alerta para aumento da preocupação dos municípios com estiagem no RS

Mais de dois milhões de habitantes são afetados pela seca no Rio Grande do Sul

Felipe Faleiro

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Os municípios gaúchos de Barra Funda e Santana da Boa Vista foram, nesta segunda-feira, os mais recentes a protocolar declarações de situação de emergência junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), do Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil, somando 214 cidades, ou 43% do total estadual, com protocolos feitos em razão da crescente estiagem. O número não para de aumentar, o que gera preocupação por parte de autoridades e organizações atuantes no Estado, como a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs).

Hoje, a área técnica de Agricultura da entidade atualizou os índices dos prejuízos em 123 cidades afetadas, que somam mais de dois milhões de habitantes e R$ 5,6 bilhões em perdas. Destes, R$ 1,3 bilhão são na pecuária e quase R$ 4,3 bilhões na agricultura. Chama a atenção também os gastos com transporte de água, que alcançaram, até o momento, R$ 10,6 milhões no Rio Grande do Sul. Estes recursos são para a alocação de abastecimento de caminhões-pipa e aquisição de reservatórios.

A Famurs ainda informa que 92 municípios tiveram seus decretos homologados pelo Estado e 64 reconhecidos pela União, conforme dados atualizados nesta segunda-feira. Somente hoje, o órgão nacional reconheceu os decretos de 17 cidades do RS: Candiota, Canguçu, Capão do Cipó, Cerro Largo, Dezesseis de Novembro, Dilermando de Aguiar, Esperança do Sul, Fortaleza dos Valos, Nova Ramada, Passa Sete, Rolador, Santa Margarida do Sul, São Pedro do Butiá, Segredo, Sobradinho, Tenente Portela e Ubiretama, publicando a portaria no Diário Oficial da União (DOU).

Com o reconhecimento, os municípios podem solicitar recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) para atendimento à população afetada. “A cada dia que passa, a estiagem preocupa mais a situação de todos os municípios gaúchos. Temos a possibilidade de que novos possam vir a notificar durante esta semana. O calor extremo é mal distribuído. Alguns locais têm distribuição melhor, em outros menos. Mas isto tem prejudicado muito a condição de desenvolvimento das culturas agrícolas e pecuária”, afirma o presidente da Famurs e prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno.

A escassez hídrica faz com que as cidades precisem agilizar junto ao Estado, por meio da entidade, a concretização dos convênios do Programa Avançar para a construção de cisternas, perfuração de poços e abertura de microaçudes nos municípios. Esta tem sido uma pauta recorrente da Famurs, que pleiteia um processo menos burocrático e mais ágil para isto. “Precisamos modernizar as políticas públicas de mitigação dos efeitos dos períodos de estiagem, cada vez mais frequentes e intensos, por meio da criação de uma plataforma para operacionalizar os programas e de linhas de crédito para sistemas de reservação de água e irrigação”, defende Salerno.


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