Frente parlamentar defende o transporte coletivo gratuito na Capital

Frente parlamentar defende o transporte coletivo gratuito na Capital

Proposta da vereadora Karen Santos conduziu o ato de lançamento que ocorreu na Câmara Municipal de Porto Alegre

Correio do Povo

Frente foi proposta pela vereadora Karen Santos

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A Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero no transporte coletivo foi instalada na noite de terça-feira, na Câmara Municipal de Porto Alegre. O ato de lançamento foi realizado no Plenário Otávio Rocha e conduzido pela proponente, vereadora Karen Santos.

Durante a solenidade, Karen criticou situação do transporte público da Capital, que chamou de “extremamente precário e caro”. Ela também afirmou que os moradores têm dificuldade para exercer o direito de acesso à cidade e destacou que a previsão é de que sejam gastos pela Prefeitura, R$ 134 milhões em subsídios para o transporte coletivo.

Entre os convidados, o prefeito de Parobé, no Vale do Paranhana, Diego Picucha, falou sobre a implementação da tarifa zero, que ocorreu há dois anos no município. Ele relatou que, antes da medida ser adotada, o transporte na cidade era “clandestino”, prestado por uma empresa que não tinha concessão para operar o sistema e os ônibus operavam com capacidade ociosa.

Atualmente, cerca de mil moradores de Parobé utilizam diariamente o transporte coletivo. “As pessoas passaram a deixar o carro em casa para andar de ônibus de graça”, destacou Picucha. Ainda segundo o prefeito, a medida também resultou em um impacto positivo para a economia local. Para a Prefeitura, o custo médio para manutenção do serviço é de R$ 90 mil mensais.

O pesquisador do Observatório das Metrópoles, André Augustin, apresentou um panorama considerado crítico, em relação ao estado do transporte coletivo na Capital. Ele ressaltou que não há controle social sobre a bilhetagem eletrônica, que fica sob gestão da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP). “A gente não sabe quanto dinheiro entra, é uma informação sigilosa da ATP”, disse. Augustin afirmou também que os créditos inseridos no cartão TRI rendem juros para a associação e apontou que falta fiscalização sobre as empresas privadas. Segundo o pesquisador, a Prefeitura não cumpre exigências previstas na licitação do transporte público e o subsídio é pago “sem controle”, pois, segundo ele, não há transparência em relação ao cálculo do valor da tarifa.


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