Fronteira-Oeste registra 6.608 pessoas desabrigadas ou desalojadas

Fronteira-Oeste registra 6.608 pessoas desabrigadas ou desalojadas

Em Uruguaiana, o rio Uruguai mede 12,12 m, superando a cota de inundação, que é de 8,50 m

Fred Marcovici

Uruguaiana ainda tem problemas com ruas alagadas devido as chuvas das últimas semanas

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A manhã ensolarada de quinta-feira renova as expectativas dos ribeirinhos na Fronteira-Oeste. Porém, há ainda o temor de que o retorno das chuvas no final de semana agrave as condições das cidades da região. No baixo Uruguai, São Borja, Itaqui, Uruguaiana e Barra do Quaraí, reunidas, acumulam 6.608 pessoas desabrigadas ou desalojadas, gerando prejuízos excepcionais às populações.

Em Uruguaiana, o rio mede 12,12 m, superando a cota de inundação, que é de 8,50 m, o único porto ainda crescendo. Há 4.075 ribeirinhos dos bairros Santo Antônio, Mascarenhas de Moraes, Nova Esperança, Bela Vista, Cabo Luiz Quevedo e uma série de áreas periféricas com problemas devido à enchente. O rio está a um centímetro da maior cheia desde 2017 quando o Uruguai atingiu 12,13 m. São 223 pessoas desabrigadas e assistidas nos Centros Esportivos Zona Leste e Nova Esperança, Ginásio do Instituto Elisa Valls e antigo Juventude, além de 3.852 desalojadas (em parentes, amigos, vizinhos e barracas).

A ligação entre a BR 472 e a Vila de São Marcos permanece com o tráfego interrompido por ter sido alagada. Os bombeiros, a Marinha do Brasil e a Defesa Civil, estão mobilizados, com dois barcos, para dar apoio à travessia aos que ficaram ilhados. Também o Aferidor está isolado. Dezenas de famílias optaram por barracas, podendo assim ficar próximos a casa como forma de se protegerem contra os “piratas de cheia”.

Já em Itaqui o rio marca 12,43 m, acima da cota de inundação, que é de 8,30 m, baixando lentamente. As 1.126 pessoas atingidas, dividem-se em 96 casas volantes que foram duas vezes remanejadas e 298 moradias fixas alagadas ou em situação de risco. São 104 pessoas assistidas no Ginásio Castelão e nas Escolas Otávio Silveira e Vicente Solés. As Escolas Otávio Silveira, Getúlio Vargas e Vicente Solés, mesmo com aulas remotas, estão fornecendo merenda aos estudantes.

Em São Borja, o rio mede 11,70 m, ultrapassando a cota de inundação de 9 m, mantendo o recuo. Segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Moacir Tiecher, o número de afetados pelo rio, incluindo aqueles que deixaram as casas por conta própria, soma 1.364 pessoas de 341 famílias. A área mais atingida é o bairro do Passo, além do Itacherê, Porto do Angico e as Vilas da Praia e Santa Rosa. Os 180 desabrigados, de 50 famílias, estão sendo assistidos em 12 locais montados pelas autoridades e há ainda aqueles que optaram por barracas.

Em Barra do Quaraí, o rio Quaraí mede 10,80 m, superando a cota de cheia que é de 8,50 m. Foram remanejadas 13 famílias desalojadas e duas desabrigadas assistidas no prédio da Cozinha Comunitária adaptado pelo município para receber os ribeirinhos.

Em Uruguaiana, Itaqui e São Borja estão sendo desenvolvidas campanhas visando arrecadar donativos (roupas, cobertores, material de limpeza, higiene e alimentos não perecíveis) aos flagelados. O Pix Solidário de São Borja busca arrecadar fundos para o momento do retorno das pessoas afetadas. Chave: defesacivil@saoborja.rs..gov.br.

Na cidade de Alegrete, de acordo com Renato Grande, coordenador da Defesa Civil municipal, o Ibirapuitã marca 6,65 m, fora da cota de atenção de 7,50 m. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895