Fronteira tem danos e alagamentos com tempestades que avançam pelo RS

Fronteira tem danos e alagamentos com tempestades que avançam pelo RS

Árvores tombaram e casas foram destelhadas em Livramento, Alegrete e Uruguaiana

Fred Marcovici

Rajada de vento arrancou telhado de residência na Fronteira

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Depois de uma tarde muito quente, com 35,4ºC às 16h, o temporal começou por volta das 18h20min em Uruguaiana, na Fronteira. Ventos com rajadas de até 74 km/h derrubaram uma árvore na rua Flores da Cunha, bairro São Miguel e romperam fios da rede elétrica.

Um coqueiro tombou na avenida Presidente Vargas. Também na Presidente, a queda de um raio estourou um transformador. O fogo queimou uma árvore e rompeu os fios que ficaram energizados. A concessionária do serviço deslocou-se para o local.

Há falta de luz nos bairros São João, Prolar, Cabo Luiz Quevedo, João Paulo II, Cidade Alegria, Anita Garibaldi, Loteamento Salvador Faraco, entre outras áreas. A instabilidade deve seguir ao longo da quarta-feira no RS.

Em Santana do Livramento, segundo o coordenador da Defesa Civil municipal, Ademir Cezar, a chuva deve ter alcançado 80 mm em pouco menos de uma hora. Na área urbana central houve alagamentos e enxurradas. Moradores flagraram objetos sendo arrastados pela enxurrada, o maior deles uma geladeira.

Na periferia, casas já com problemas foram mais danificadas nas coberturas. No interior do município, na localidade de Faxina, a 35 quilômetros do centro da cidade, três casas de assentamentos de colonos foram destelhadas e uma série de árvores tombaram devido à ventania.

Uma moradora de Rivera, do lado uruguaio, relata ter perdido quase todos os pertences de sua casa depois que uma forte rajada de vento arrancou parte do telhado. Micaela Lima contou que está no momento abrigada na casa de sua irmã, junto com a filha de um mês.

Em São Gabriel, segundo o soldado plantonista do corpo de bombeiros, Rodrigo Campelo, houve ao menos 50 chamados à corporação.

Os ventos atingiram 75,9 km/h. A maioria dando conta de alagamentos de moradias, destelhamento de casas, quedas de árvore e fios de energia elétrica rompidos.

Até o momento, apenas seis casos puderam ser atendidos de acordo com a capacidade do efetivo local, diz Campelo.

As vias Juca Tigre e Antônio Trilha, área central da cidade, foram duas das mais afetadas pelo temporal.

A Praça Ecológica sofreu com as telhas que voaram sobre a fiação elétrica do espaço. Na área rural, um galpão foi destruído no Corredor da Reúna.

Em Alegrete, conforme o coordenador da Defesa Civil municipal, Renato Grande, apenas uma moradia da rua Saint Clair Dorneles, bairro Restinga, solicitou lonas para evitar a infiltração provocada pelas chuvas. Até as 19h40min, havia chovido 13 mm na cidade.

Em São Vicente do Sul, Região Centro-Oeste do RS, devido à ventania do final de tarde, o Hospital São Vicente Férrer, o único da cidade, teve a maior parte da cobertura destelhada.

Segundo Érica Heman, coordenadora da Secretaria Municipal de Saúde, dois pacientes foram transferidos para o Hospital de Caridade da cidade de Mata e outros dois, após receberem os cuidados necessários, foram liberados.

A equipe da instituição está se instalando no Posto de Saúde Central visando possíveis atendimentos de urgência e emergência.

Os municípios vizinhos estão prestando apoio ao hospital de São Vicente, conclui Érica.

Já São Pedro do Sul, ficou três horas com parte da cidade sem luz, restabelecida às 22h45min. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Vernei Dulcul, houve 70 mm de chuva acumulada no período, além de ventos moderados e raios. Sem danos materiais ou chamados ao serviço ou aos bombeiros.

Um sistema de tempestades que acompanha uma área de baixa pressão em médios e níveis altos gera instabilidade que é alimentada por ar muito quente, formando nuvens enormes de tempestade desde de manhã na Argentina e no Uruguai com tempestades severas.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895