Frutas geladas, recintos com piscina e vegetação adequada ajudam a espantar o calor dos animais que vivem Parque Zoológico

Frutas geladas, recintos com piscina e vegetação adequada ajudam a espantar o calor dos animais que vivem Parque Zoológico

Melancia, picolé de carne e banho de chuveirinho também são estratégias para proporcionar bem-estar aos animais

Fernanda Bassôa

Cocha, o urso de óculos, adora uma fruta geladinha e bom banho de piscina para se refrescar

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Não são apenas as pessoas que sofrem com a chegada das altas temperaturas, com a sensação de calor extremo e o abafamento provocado pela proximidade do verão, os animais também sentem os efeitos do clima quente. No Parque Zoológico, em Sapucaia do Sul, algumas espécies costumam receber tratamento diferenciado e cuidados mais que especiais nesta época do ano para evitar sensação de mal-estar e proporcionar momentos de frescor.

A chefe do Parque, Caroline Weissheimer Costa Gomes, explica que os cuidados são redobrados principalmente nos dias que as temperaturas estão muito elevadas. “Tem a questão alimentar. A gente alimenta os animais com frutas da estação, aquelas que tem maior quantidade de água como, por exemplo, a melancia, que eles gostam muito. Tem os picolés com frutas, que são oferecidos para os primatas, jabutis e aves. E tem os picolés com carne, para os animais carnívoros, como o tigre, a onça e a jaguatirica.” Segundo Caroline esta também é uma forma de oferecer o alimento gelado e serve como uma ferramenta de enriquecimento ambiental porque o animal demora mais tempo para ingerir a alimento.

Além da alimentação, também há a questão do acesso à agua, fresca e limpa, e da sombra. “Alguns dos animais tem piscina no recinto, principalmente para as espécies que tem hábitos mais frequentes em usá-las, como os felinos, ursos, jabutis, além das espécies aquáticas, como os cisnes, que já usam isso de forma rotineira. Cada animal tem sua particularidade e nós já sabemos os gostos de cada um e tentamos atender eles de acordo com a necessidade.” Segundo ela, uma particularidade bem curiosa é com relação a tamanduá bandeira fêmea, a Kiara, que adora um banho de mangueira. “Isso não é comum para a espécie.”

A Mimosa, como se chama a onça pintada fêmea, adora ficar dentro da piscina, com o corpo todo submerso e só com a cabeça para fora da água, olhando o público visitante. Para os animais que não entram ou não tem piscinas, são colocados chuveirinhos, que ficam em cima do recinto, e que em alguns períodos do dia são ligados. “É como se fosse um banho de chuva; chuva artificial. Isso ajuda muito a refrescar. Os chuveirinhos são encontrados no recinto dos ursos e das serpentes. Também é usado para melhorar a umidade do ar.”

Caroline garante que as equipes trabalham para fazer com que todos os recintos que os animais vivem hoje sejam adaptados para as variações de temperaturas, tanto para o frio, quanto para o calor, pois na região sul os dois extremos são bem definidos. “Existe ar-condicionado nos recintos dos primatas e das serpentes.”

Em relação aos répteis, como jacarés, serpentes e os lagartos, ela explica que a diferença deles é que eles não conseguem regular e manter a temperatura corporal interna. Eles dependem da temperatura externa. “Por isso é muito comum no verão a gente observar maior incidência de lagartos e tartarugas pegando sol, pois dependem de fontes externas de calor. Isso é uma prática bem comum deles, mas a gente precisa cuidar é que na fase que eles trocam de pele temos que observar a umidade. A baixa umidade pode prejudicar o animal neste período de muda.” O Parque Zoológico fica aberto para visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895