Furto de plantas, corte de árvores e maus tratos a animais preocupam frequentadores da Redenção, em Porto Alegre

Furto de plantas, corte de árvores e maus tratos a animais preocupam frequentadores da Redenção, em Porto Alegre

O furto das plantas não apenas mudou o cenário do ambiente, mas também provocou indignação entre os frequentadores

Paula Maia

Frequentadores espalharam cartazes nas floreiras do Parque Farroupilha

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As floreiras próximas ao largo artificial do Parque Farroupilha, a Redenção, em Porto Alegre, encontram-se sem vida. O furto das plantas não apenas mudou o cenário do ambiente, mas também provocou indignação entre os frequentadores. No entanto, mais do que apenas o sumiço das flores, os defensores do parque estão preocupados com a situação global desse histórico local da Capital. Mencionam os estragos causados pelo temporal de janeiro, o corte de árvores, a captura e maus-tratos de animais, além de relatarem uma sensação crescente de insegurança.

Emília Berino, uma das frequentadoras assíduas do parque, questionou a retirada de árvores saudáveis que proporcionavam sombra aos bancos, mesmo não estando caídas após o temporal.

“Nós não entendemos porque que foram cortadas as árvores que faziam bastante sombra nos bancos. Elas não estavam derrubadas depois do temporal”, falou Emília que passeia diariamente com os seu cachorros pelo parque e afirma que não se sente segura em ficar no cachorródromo, mesmo durante o dia, devido aos assaltos que ocorrendo no local.

Rosana Rezende, outra frequentadora, levantou dúvidas sobre o corte de vegetais não afetadas pela tempestade e mencionou a dificuldade de replantio, além da preocupação com a retirada de árvores que serviam de habitat para gambás.

Rosana lembrou que há uns dois anos muitas armadilhas para capturar os gambás foram espalhadas pelo parque e afirmou que ainda existem muito maus-tratos contra esses animais, além da captura ilegal de peixes, tartarugas e pássaros, no entorno dos lagos do parque.

“Isso é terra de ninguém à noite. Falta a segurança e ainda têm pessoas que soltam cachorros para pegar os gambás e gatos. Colocam rede nos lagos para pegar peixe. Chegou às 19 horas e tu não pode andar mais por aqui. Os caras pulam e assaltam até as pessoas que estão andando de pedalinho”, desabafou Rosana.

Sobre o recolhimento dos vegetais no parque, a Secretaria de Serviços Urbanos informou que foi registrada a queda de mais de 180 vegetais de grande e médio porte no temporal de 16 de janeiro. E que durante as últimas semanas, foi feito o recolhimento destes vegetais e o manejo em algumas árvores que apresentavam risco de queda.

“Todos os serviços foram realizados por uma empresa terceirizada e acompanhados por profissionais responsáveis pelo manejo arbóreo da prefeitura. A SMSUrb informa, também, que a Redenção recebe serviço de capina e roçada, uma vez por mês, assim como os demais parques, além de limpeza dos lagos artificiais”, diz a nota.

Em relação ao furto das flores, a SMSUrb informou que ainda neste mês de março a floreiras receberão as mudas. E que os bebedouros do local estão em manutenção.

“Três bebedouros dos playgrounds já foram consertados, faltando ainda quatro unidades que serão consertadas até o mês de abril. O custo de reparo é de cerca de R$2.400 reais por bebedouro. Os serviços pontuais são realizados de acordo com os pedidos do sistema 156 ou após constatação de problemas por parte das equipes que fazem a administração destes espaços”, finaliza a nota.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (SMAMUS) informou que não há registro de ocorrência sobre captura ilegal na Redenção. A SMAMUS ressaltou que é possível denunciar atividades suspeitas por meio dos números 153 e 156. E orienta que os frequentadores do parque acionem a Guarda Municipal, que possui o posto avançado no local.

Sobre a segurança, o comandante-geral da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento, ressaltou a importância do Parque Farroupilha como prioridade de atuação e anunciou a integração de novos agentes para reforçar a segurança no local, visando aumentar a presença ostensiva e preventiva, além do trabalho de 24 horas realizado no posto da Guarda Municipal localizado dentro do parque.

“Hoje, devido a defasagem de efetivo, nós não conseguimos efetuar todas as patrulhas que nós temos como um planejamento primordial. Mas agora, no meio de março, nós temos o ingresso de 56 novos servidores e parte deles será alocada para patrulhar o parque. Em muito pouco tempo, nós vamos aumentar a nossa presença ostensiva, preventiva e acreditamos que vamos poder contribuir para com a segurança dos usuários do parque”, afirmou Nascimento.

Sobre a base avançada da Guarda Municipal, que está localizada dentro do parque, o comandante-geral destacou que o posto funciona 24 horas, mas a falta de efetivo não permite o patrulhamento.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895