Gargalos regionais são apresentados ao Ministério dos Transportes em encontro sobre o PNL 2050 em Porto Alegre
Encontro Regional do Plano Nacional de Logística 2050 reuniu autoridades e entidades ligadas aos setores de transporte e logística

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As principais demandas e gargalos logísticos do Rio Grande do Sul foram apresentados ao Ministério dos Transportes na segunda-feira (9), durante o 10º Encontro Regional do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050, realizado no Hotel Deville, em Porto Alegre. O evento, promovido pelo Ministério dos Transportes com apoio da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Federação das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), buscou fornecer um diagnóstico para a rede de transporte nacional.
O presidente da Fetransul, Francisco Cardoso, destacou a relevância do encontro para a entidade, que pôde contribuir com o PNL 2050 que envolve todo o país. Ele enfatizou a necessidade de repensar a infraestrutura gaúcha, afetada pela tragédia climática do ano passado. “O Estado foi muito afetado durante as enchentes, mas é um estado que está no extremo Sul do país e necessita repensar a infraestrutura para atrair muitos investimentos. Nós somos um corredor de exportações para o Mercosul”, disse.
Conforme Cardoiso, a Fetransul realizou um levantamento detalhado das demandas regionais, ouvindo os sindicatos de sua base. Além disso, outros setores também tiveram a oportunidade de apresentar demandas, envolvendo não apenas o transporte rodoviário, mas também de outros modais como o ferroviário. “É uma oportunidade de o Ministério entender isso, para que a gente possa planejar melhor a nossa infraestrutura, não só para o Rio Grande do Sul, mas para o Brasil também”, acrescentou.
Em relação à descarbonização, Cardoso apontou que existem diversos desafios. Ele considerou a distância do caminhão elétrico como solução viável no curto prazo, mas defendeu alternativas como combustíveis renováveis, como o diesel verde, que tem emissão quase zero de CO2.
Entretanto, a principal medida, segundo ele, é um plano de renovação de frota: “Os caminhões atuais, euro 6, emitem 96% menos CO2 que um caminhão euro 2, por exemplo. Então, se você consegue fazer um plano de renovação de frota, você vai emitir menos CO2. O ideal é incentivar esse plano para que um pequeno transportador, ou um autônomo, tenha condições de vender o seu caminhão para o governo e comprar um caminhão mais novo”, explicou.
Representando o Ministério dos Transportes, a subsecretária de Fomento e Planejamento, Gabriela Monteiro Avelino, explicou que o PNL 2050 é um instrumento de planejamento de longo prazo, que busca responder quais investimentos em infraestrutura de transportes o Brasil precisa até 2050. “A gente está fazendo esses eventos em todas as regiões do Brasil, para conseguir dialogar com os usuários dos transportes e entender o que eles acham que o Brasil precisa entregar de infraestrutura no longo prazo”, ressaltou.
O plano está sendo construído em quatro etapas e tem publicação obrigatória até o final de 2025. A fase atual é de diagnóstico, focada em identificar as fragilidades do sistema de transportes, em conjunto com os estados e entidades. A partir das contribuições recebidas, a etapa seguinte, prevista para ocorrer até setembro, será de priorização daquelas que serão realizadas pelo governo federal.
Gabriela salientou que o PNL 2050 abordará a dependência do modal rodoviário e buscará encontrar alternativas. Além disso, o plano visa integrar as soluções federais e estaduais. “Do ponto de vista do usuário, não interessa se a rodovia é federal ou estadual, ele quer percorrer um caminho fluido e seguro. O que a gente quer é entregar essa integração dos modais de transporte e, por isso, estamos buscando os estados”, finalizou.
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