Gelo, água, velas e lanternas passam a faltar em mercados de Porto Alegre

Gelo, água, velas e lanternas passam a faltar em mercados de Porto Alegre

Falta de luz e água há dois dias reflete na disponibilidade de itens no comércio

Felipe Faleiro

Quem buscou gelo nesta quinta pela manhã se deparou com geladeiras vazias

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A falta de água e luz há dois dias reflete nesta quinta-feira no comércio de itens como velas, água, gelo e adaptadores de tomada em mercados de Porto Alegre, e já há falta deles. Em mercado no bairro Partenon, uma das regiões da cidade mais afetadas pela tormenta, com diversas quedas de árvores e postes, duas geladeiras onde deveria haver gelo estavam vazias, e quem buscava comprá-los ainda pela manhã ouvia dos funcionários que um novo carregamento do produto estaria disponível logo mais.

Houve aglomeração e inclusive certa indignação de alguns consumidores. No entanto, havia quem compreendia a situação e buscava alternativas. “Acabei comprando o que não precisava, tudo pela falta de luz e água. Mas agora seja o que Deus quiser”, afirmou a aposentada Mariane Lacerda, que mora próxima ao hipermercado. “Também não sabemos quanto tempo iria durar, mas vamos nos virando”, acrescentou.

A representante comercial de uma fabricante de equipamentos elétricos, que não quis se identificar, disse que a busca por lanternas também estava alta no local. Em um supermercado da avenida Doutor Carlos Barbosa, no bairro Medianeira, a gerente Sabrina Schneider disse ter observado um aumento da procura por água e gelo, mas que o fornecedor, que é de Canoas, conseguia atender à demanda. “Como é verão, geralmente os estoques deles são mais altos”, afirmou ela.

O mercado em questão, que pertence a uma rede, era um dos poucos locais da Vila Cruzeiro ainda com luz, graças a um gerador de energia instalado recentemente pelo estabelecimento. Em postos de combustíveis, também houve maior movimento em busca de abastecimento. Alguns dos locais que funcionavam em pontos como a avenida Farrapos, na zona Norte, também atendiam com geradores, e de forma geral aceitando pagamento apenas em dinheiro.

Procurado, o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no RS (Sulpetro) informou que, hoje, “o pior já havia passado”, e que os problemas haviam sido desde então “mais localizados”. “Alguns postos estão retornando a energia”, e nos locais com geradores, as lojas de conveniência deixam de funcionar, “ficando prejudicadas e fechadas”, disse o sindicato, que acrescentou “não haver desabastecimento”.


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