Gincana estimula alunos a fazer a separação do lixo em Rio Pardo

Gincana estimula alunos a fazer a separação do lixo em Rio Pardo

Participam da ação cinco escolas da zona rural e uma da área urbana do município

Otto Tesche

Coleta do lixo na escolas Casemiro de Abreu

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Os alunos de seis escolas do ensino fundamental de Rio Pardo, no Vale do Rio Pardo, contam com um estímulo especial para aprender a destinar de forma correta os resíduos sólidos. Até o fim do ano, eles participam da 1ª Gincana Municipal da Coleta Seletiva, criada por meio da parceria entre as secretarias do Meio Ambiente, da Educação e do Interior, junto com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Pardo (Cocamarp) e a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O Ministério Público também entrou como parceiro no fim de julho, com a destinação de cerca de R$ 10 mil procedentes de acordos extrajudiciais para a aquisição de sete computadores para a premiação.

A gincana tem a participação de cinco escolas da zona rural e uma da área urbana. O assessor técnico da Secretaria do Meio Ambiente, Vicente Goulart, explica que a atividade consiste em três tarefas. A principal é a coleta de material reciclado pelos alunos. A cada mês a cooperativa vai até os colégios e faz a pesagem dos resíduos, que resultam em pontos, e leva o material para seleção na sede para posterior comercialização. Ao final da competição, a pontuação total de cada escola será dividida pelo número de alunos.

O assessor técnico da Secretaria do Meio Ambiente afirma que todas as escolas serão premiadas, independente da colocação na pontuação final da gincana. A promotora Christine Mendes Ribeiro Grehs disse que a iniciativa se trata de uma ação organizada com engajamento de toda comunidade escolar. Por isso, o MP decidiu destinar as verbas, via Fundo Municipal do Meio Ambiente, procedentes dos acordos extrajudiciais com proprietários de construções irregulares em áreas de preservação permanente junto aos rios Jacuí e Pardo para a aquisição de computadores para as escolas envolvidas na ação.

A gincana mobiliza toda a comunidade escolar nos colégios participantes. Os pais dos alunos da Emef Olavo Bilac, de Passo da Areia, por exemplo, ajudam a levar os resíduos até mesmo com carroças. O espaço para o depósito chega a acumular uma montanha de lixo acondicionado em sacos plásticos até o recolhimento pela Cocamarp. A diretora Marta Silveira afirma que, na localidade, há a coleta semanal do lixo pela Prefeitura, mas não havia antes a seletiva. A escola, de 240 alunos do pré ao 9º ano, tem um grupo ambiental e já desenvolveu algumas ações, como recolhimento de tampas e lacres de latas de bebidas e de óleo saturado.

Os alunos da escola Casemiro de Abreu, de Albardão, localizada a 38 quilômetros do Centro de Rio Pardo, trazem, praticamente todos os dias, sacolas com latinhas de bebidas e outros objetos com o ônibus. O computador obtido com a gincana terá um significado especial para os estudantes. A diretora Juliana Silveira Barros explica que atualmente o colégio tem um para uso dos professores e outro para a área administrativa, mas nenhum para utilização dos alunos. “Este computador será o primeiro que poderemos disponibilizar para eles”, observa.

A promotora Christine Mendes Ribeiro Grehs destaca que a atividade envolve o meio ambiente, um dos focos institucionais do MP dentro da função de atender e fiscalizar o olhar coletivo. Lembrou que há 10 anos iniciou a ação com o objetivo de regularizar a situação das construções irregulares nas margens dos rios Jacuí e Pardo e, também, em área de preservação permanente no município de Pantano Grande. Os acordos com os proprietários envolvem compensações, com a doação de kits sanitários e desembolso financeiro, recurso com o qual haverá a compra dos computadores para as escolas participantes da gincana e, também, um para a Cocamarp.

A coordenadora geral da Cocamarp, Nildete da Silva Pereira Santos, destaca que, acima do interesse financeiro da cooperativa, o trabalho nas escolas é importante para despertar a conscientização ambiental nos jovens. “Os alunos conhecem a ideia da separação, entendem e levam para casa para colocar em prática”, afirma. A cooperativa realiza há 19 anos o trabalho de coleta seletiva na cidade e desafiou a Secretaria do Meio Ambiente a estender a ação ao interior do município, pois nesta área há grande quantidade de material reciclável.


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