Governo do RS anuncia quase R$ 400 milhões para aprimorar a infraestrutura viária em 237 municípios

Governo do RS anuncia quase R$ 400 milhões para aprimorar a infraestrutura viária em 237 municípios

O programa Pavimenta II receberá um investimento de R$ 251,3 milhões do governo estadual, complementados por R$ 146,6 milhões dos próprios municípios.

Correio do Povo

As duas etapas do programa Pavimenta já contemplaram 89% dos municípios gaúchos

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*Com colaboração de Fred Marcovici

O governador Eduardo Leite anunciou um investimento de R$ 397,9 milhões destinado à melhoria da infraestrutura viária em 237 municípios do Rio Grande do Sul. O programa Pavimenta II receberá um investimento de R$ 251,3 milhões do governo estadual, complementados por R$ 146,6 milhões dos próprios municípios.

Com um enfoque especial na revitalização de estradas essenciais, o programa visa aprimorar o acesso a equipamentos públicos cruciais, como escolas e hospitais. Além disso, busca melhorar a segurança viária por meio da implementação de sinalização e reestruturação do trânsito em áreas críticas.

Os 237 municípios contemplados na segunda etapa do programa Pavimenta receberão a primeira parcela dos recursos em 18 de março, após a assinatura dos convênios, que ocorre até o dia 15. Com um investimento total de R$ 630 milhões pelo governo estadual, abrangendo tanto o Pavimenta I quanto o Pavimenta II e beneficiando 444 municípios, o programa já alcançou 89% do Rio Grande do Sul.

Na primeira etapa , o governo investiu R$ 378,72 milhões, e os municípios R$ 210,85 milhões, totalizando R$ 589,57 milhões.

Nesta nova etapa, 181 municípios com até 20 mil habitantes receberão R$ 155,3 milhões do governo. Entre 20 mil e 200 mil habitantes, estão 53 municípios que receberão R$ 84 milhões. E três municípios, com mais de 200 mil habitantes, receberão R$ 12 milhões.

O governador Eduardo Leite ressaltou o montante de R$ 1 bilhão investido pelo governo e pelos municípios nas duas etapas do programa, destacando os benefícios econômicos, incluindo a geração de empregos e o estímulo às empresas do setor da construção. Ele também enfatizou a importância do registro do andamento das obras no Sistema de Monitoramento para controle do governo e liberação dos valores.

“Quanto mais a gente tem essas obras acontecendo, mais as empresas também vinculadas ao setor da construção empregam, movimentam e passamos a ter mais empresas em capacidade de fazer as obras’, disse.

Entre as vias que receberão os investimentos e melhorias estão a estrada Conde em Guaíba, uma via em São Vendelino e a rua Eustáquio Ormazabal, em Uruguaiana, que será repavimentada.

Ivo Diogo, de 50 anos, gerente de uma loja de material de construção na Estrada do Conde, em Guaíba, expressou sua satisfação com a iniciativa de pavimentação, considerando-a um ato de respeito à população. Ele ressaltou que o maior problema com a falta de pavimentação é a poeira que entra na loja e o tempo investido na limpeza.

“Essa é uma grande iniciativa, é fantástico. A necessidade de pavimentação foi a primeira coisa que notei quando cheguei aqui. A pavimentação é um ato de respeito aos moradores”, declarou.

O presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Luciano Libório Orsi, ressaltou a importância da parceria entre o governo estadual e os municípios gaúchos para o sucesso do programa Pavimenta II, reconhecendo que, embora os investimentos sejam vitais, também podem exigir medidas desafiadoras que devem ser enfrentadas com responsabilidade para garantir a capacidade contínua de investimento do Estado.

Moradores de Uruguaiana lamentam estado das vias da cidade

Salvo trechos intermediários, as queixas dos moradores e comerciantes de Uruguaiana que vivem e trabalham do início ao final na rua Eustáquio Ormazabal são uníssonas. A importante artéria, de mão dupla, que liga a Zona Sul a Norte da cidade – do bairro Bela Vista ao Cabo Luiz Quevedo – tem um uma série de problemas listados por moradores e negociantes.

No início, logo depois do rio Uruguai, no nº 1429, a jovem Nancy Vilanova, 24 anos, estudante, que mudou-se para o bairro há um mês, lamentou o estado da rua. “A cada carro que cruza, devido às valas e buracos, além dos pedregulhos espalhados pelo leito da pista, escuto o estrondo do meu quarto”, desabafa. Nancy disse ainda que um vizinho tentou disfarçar a situação com terra e areia, sem solução, no entanto.

Já no nº 4167 – no Brik do Desapego, o comerciante Dagoberto Martins, 51 anos, foi incisivo ao dizer que a situação da Eustáquio prejudica seu estabelecimento. “A ondulação, declive, buracos e ainda o esgotamento que não absorve todos os dejetos – fazem com que a água da chuva ou mesmo de moradias próximas empoce na maior parte do quarteirão, fazendo com que os clientes tenham que saltar para chegar ao brick.

“A solução além do asfaltamento é o nivelamento de lado a lado da rua", coloca. “Terminar com as valas e desníveis, além dos ‘borrachudos formados pelo asfalto em más condições’”, conclui. A situação é semelhante para o aposentado João Pedro da Silva, 64 anos, morador da casa nº 4371, que disse não suportar mais a buracama e a poeira que a via provoca. “Não há nem uma parte asfaltada nesta área e em dia de chuva o alagamento depois dá lugar a muito barro por dois a três dias.”

Silva comemorou ao saber da possibilidade de sua quadra estar incluída no projeto de pavimentação anunciado hoje pela manhã. “O veinho merece um pouco de tranquilidade na hora do lazer”, dispara.


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