Governo do RS reavaliará termos do projeto de concessão do Cais Mauá após enchente

Governo do RS reavaliará termos do projeto de concessão do Cais Mauá após enchente

Secretaria de Parcerias e Concessões não confirmou se haverá modificações nos termos antes de repassar local a consórcio vencedor de leilão

Felipe Faleiro

Falhas no sistema de proteção contra cheias de Porto Alegre fizeram cais, e depois parte do Centro Histórico, ficarem inundados

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O governo do Estado irá reavaliar trechos do projeto de concessão do Cais Mauá após as enchentes históricas que assolam o Rio Grande do Sul, e ainda se fazem presentes em boa parte do Centro Histórico de Porto Alegre, onde o complexo está situado. Segundo a Secretaria Estadual de Parcerias e Concessões (Separ), ao menos a altura das duas barreiras previstas do novo sistema de proteção contra cheias do local será objeto de análise mais aprofundada.

O cais, por ora pertencente ao governo, foi leiloado à iniciativa privada no último mês de fevereiro e o vencedor foi o Consórcio Pulsa RS, que deverá investir R$ 350 milhões. A assinatura do contrato, inicialmente prevista para o período entre maio e junho, bem como todas as demais datas relacionadas, está suspensa por tempo indeterminado em razão de decreto do governador Eduardo Leite que congela prazos administrativos, já que o estado está sob calamidade pública, com 458 municípios afetados.

O projeto, até então, prevê, entre outras modificações, uma “proteção equivalente e mais moderna que o atual muro da Mauá", destacou a Separ, com uma primeira barreira fixa de 1,26 metro e a segunda com 2,74 metros, que somente será acionada caso as águas ultrapassem o primeiro estágio. As contenções também ficariam dispostas entre os armazéns e o Guaíba, diferentemente de agora, em que estão entre os prédios e a avenida. A secretaria disse também estar preocupada com “desinformação sobre o muro”, afirmando que o mesmo somente será retirado após a implementação destas duas barreiras, “com a aprovação dos órgãos competentes”.

Hoje, o muro tem uma altura total de seis metros, dos quais três correspondem às fundações, com profundidade total variável. Há ainda 14 comportas, cuja função primordial é bloquear a água do Guaíba quando o nível ultrapassa 2,50 metros. No entanto, o sistema é criticado pois, em parte, a água no Centro Histórico foi causada por falhas de vedação nos portões, permitindo que a água passasse, gerando comentários inclusive do presidente Lula. Procurado, o Consórcio Pulsa RS disse que apenas o governo estadual poderia se manifestar, uma vez que ainda era o mantenedor do Cais.


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