Greve, vigília e atos descentralizados marcam a luta de trabalhadores pelo pagamento das rescisórias

Greve, vigília e atos descentralizados marcam a luta de trabalhadores pelo pagamento das rescisórias

Profissionais da saúde do Hospital de Viamão seguem em estado de greve diante da possibilidade de demissão sem indenização

Fernanda Bassôa

Profissionais do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, seguem em frente a instituição, em sistema de vigília

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Os trabalhadores da saúde do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, seguem em greve e em sistema de vigília, com a realização de atos e protestos em frente à instituição de saúde. A mobilização dos cerca de 400 funcionários é pelo pagamento das verbas rescisórias pela Fundação Universitária de Cardiologia, que deve deixar a administração da casa de saúde na próxima semana. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Sindisaúde-RS) garante que 30% dos trabalhadores estão realizando os atendimentos no local, mas estão sendo mantidos apenas os casos de urgência e emergência. Ou seja, atendimentos de casos mais graves.

Em Alvorada, onde a gestão do hospital agora é feita pela Associação Beneficente João Paulo II, que deu entrada com equipe própria, a categoria decidiu por suspender o sistema de vigília e realizar ações descentralizadas a fim de pressionar o Governo do Estado para efetuar o pagamento dos direitos trabalhistas dos funcionários demitidos. Nesta quarta-feira uma nova mobilização acontece em frente à Prefeitura de Alvorada, a partir das 9horas, e na quinta-feira em frente à Assembleia Legislativa antes da mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4) que está marcada para as 14h. Trabalhadores do Hospital de Viamão seguem em estado de greve.

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) acompanha de perto o verdadeiro colapso da saúde, semelhante ao contexto geral vivenciado nos últimos meses na Região Metropolitana do estado. O diretor-geral do Simers, Fernando Uberti, que vem coordenando a atuação da entidade nesta pauta, esteve presente ainda na segunda-feira, no hospital de Alvorada para verificar a situação.

Na oportunidade, foram constatados diversos problemas para o exercício profissional de diversas categorias e para a assistência em saúde, como a falta de recursos humanos para o atendimento à população, falta de obstetras e a insuficiência de novos funcionários, com profissionais sem saber quem assumiria o novo plantão. De acordo com Uberti, uma situação que já vem sendo alertada pela entidade desde o ano passado, quando se iniciou a crise nos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha.

“Infelizmente, isso não é novidade, uma vez que não houve uma transição planejada. Não houve previsibilidade para as questões trabalhistas e já entramos na Justiça para suspender essa transição e fazermos as coisas de forma minimamente planejada. O que houve foi uma transição sem qualquer planejamento quanto à continuidade da assistência, e, obviamente, colocando em risco a vida das pessoas”, destacou.


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