Guaíba baixa dez centímetros em 24 horas em Porto Alegre, porém água segue nos pátios de casas

Guaíba baixa dez centímetros em 24 horas em Porto Alegre, porém água segue nos pátios de casas

Na Ilha das Flores, quarta-feira foi mais um dia de avaliação dos estragos

Felipe Faleiro

Água invadiu pátio da aposentada Loreni Rosane Poncio, na Ilha das Flores

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A água seguia alta nesta quarta-feira em parte das ilhas de Porto Alegre, com o vento atuando para represar o fluxo no Guaíba. Os moradores, por sua vez, relatam constante preocupação, mas afirmam também já estarem acostumados, mesmo depois de décadas de transtornos. Na Ilha das Flores, a quarta-feira novamente foi dia de avaliar os estragos e retirar a água do que fosse possível, como na Rua do Pescador, um dos principais acessos ao local. Ali, há duas realidades. 

Do lado esquerdo de quem vai no sentido da BR-290 em direção a Eldorado do Sul, o fluxo do Guaíba segue normalmente. Já do lado direito, os habitantes vivem a preocupação de a água invadir os pátios e danificar as estruturas. Não são poucas as construções feitas acima do nível do chão, em razão da possibilidade de enchentes. “Além disso, não temos asfalto, e queremos muito isto. Parece que todo investimento vindo para cá vai para o outro lado da ilha”, comenta a aposentada Loreni Rosane Poncio, 56 anos.

Em 2015, outra grande enchente chegou próxima da rua, prejudicando ainda mais os moradores. Ainda que, na residência de Loreni, a água do Guaíba não tenha entrado, ela invadiu o pátio, onde há alguns animais, como cães e uma cabra. O pátio é de terra, e, apesar da situação precária, a moradora diz não perder a fé em dias melhores. Outros habitantes da área não tiveram a mesma sorte, embora o Guaíba tenha recuado, segundo as medições da Agência Nacional de Águas (ANA). 

Hoje, no começo da tarde, o nível estava em 1,84 metro, cerca de dez centímetros mais baixo do que no mesmo horário do dia anterior. A Defesa Civil Municipal reforçou que os agentes têm conhecimento da área, e materiais de primeira necessidade, como lonas, colchões, cobertas e alimentação, são distribuídos conforme demanda. Em relação ao mais recente ciclone, foram recebidas duas solicitações de moradores da Ilha das Flores, onde as famílias receberam lonas para a cobertura das residências. Conforme nota do órgão, o monitoramento continuará e a região “sempre teve uma atenção especial da Defesa Civil”.


Correio do Povo
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