Guaíba beira cota de alerta no Cais Mauá e volta a atingir residências nas ilhas

Guaíba beira cota de alerta no Cais Mauá e volta a atingir residências nas ilhas

Nível do Guaíba está em 2,48 metros, mas superou os 2,50 metros da cota de alerta na noite de quarta-feira

Correio do Povo

Ruas próximas ao Guaíba voltaram a registrar alagamentos na Ilha da Pintada

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Beirando a cota de alerta, o nível do Guaíba chegou em 2,48 metros na manhã desta quinta-feira, de acordo com a medição da régua localizada no Cais Mauá. Este número é um pouco menor do que o registrado na noite de quarta, quando o nível chegou em 2,56 metros. De acordo com a MetSul Meteorologia, a tendência de elevação ocorre em função do retorno do vento Sul na Lagoa dos Patos, que ocasiona o efeito de represamento nas águas do Guaíba.

Nas ilhas, este fato climático já é sentido pelos moradores. O relato de moradores é de que a rua Boa Viagem, que fica na orla da Ilha da Pintada, estava transitável na tarde de quarta. Durante a noite e na manhã desta quinta-feira, a via já estava alagada, assim como as casas mais baixas. Na manhã desta quinta, a régua manual localizada na ilha apontava um nível de 2,28m no Guaíba, oito centímetros acima da cota de inundação no Arquipélago.

Segundo a moradora Sílvia Senna, a chegada do vento Sul fez com que a água estabilizasse em frente a casa dela, que fica um metro acima do nível da rua. “O Guaíba deu uma subida repentina na quarta. Eu nem baixei meus móveis e eletrodomésticos por causa do receio de que a água volte a subir nos próximos dias”, contou.

Marco Aurélio da Silva Moreira reside na avenida Presidente Vargas, via que dá acesso ao bairro e é levemente mais alta. Ele relata que na sua casa não entrou água, mas tem como rotina visitar a residência de familiares na ilha, com medo de que o pouco que ainda sobrou seja furtado. “Meu irmão mora aqui na beira da praia. Minha avó mora ali na outra casa. A casa da minha irmã quebrou no meio. Mas a gente tem que vir aqui ver como está, para não ficar abandonado. Tudo o que ela tinha foi por água abaixo”, completou. 

De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), ao menos 27 famílias seguem acolhidas no abrigo montado em uma igreja na Ilha da Pintada. Ao todo, são 80 pessoas atendidas, sendo 51 adultos e 29 crianças ou adolescentes.

O receio dos moradores aumenta à medida que chegam informações sobre a elevação do nível dos rios que compõem a bacia hidrográfica do Guaíba, no interior do Estado, como é o caso do Rio Taquari. Segundo os próprios residentes da Ilha da Pintada, uma nova cheia deve ser registrada no final de semana, mesmo com a previsão de tempo firme. 

Ainda conforme a MetSul, uma massa de ar frio deve cobrir o Rio Grande do Sul nos próximos dias, trazendo um final de semana sem chuva e temperaturas baixas. Neste sábado, a previsão é de uma madrugada mais fria, com temperaturas mínimas entre 7ºC e 11ºC em pontos da Região Metropolitana. Os prognósticos indicam ainda o retorno da instabilidade a partir do início da próxima semana na Capital. 


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