Horário do transporte público será mantido no verão em Porto Alegre

Horário do transporte público será mantido no verão em Porto Alegre

Prefeitura justifica a decisão por conta do aumento do número de usuários

Felipe Samuel

Em anos anteriores, nos meses de janeiro e fevereiro, a redução no número de viagens chegava a 8%

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Por conta do crescimento de usuários e da retomada do sistema de transporte público, a prefeitura de Porto Alegre não vai adotar a chamada Tabela de Verão no sistema de ônibus da Capital. Em anos anteriores, nos meses de janeiro e fevereiro, a redução no número de viagens chegava a 8%, o que gerava longas esperas em terminais e paradas de ônibus. Além do aumento do número de passageiros, que em novembro registrou o transporte de 14 milhões de usuários, a decisão considera a continuidade das aulas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).

Conforme o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, diminuir o atendimento à população durante esse período seria um retrocesso. “Decidimos manter o atendimento porque a população está sendo bem atendida. E a gente não quer ter uma operação que possa trazer algum prejuízo ou prejudicar o usuário de transporte. Isso não é o nosso foco. Entendemos que manter a operação nesses meses de janeiro e fevereiro como está é tecnicamente razoável para atender melhor a população”, afirma.

Castro Júnior destaca as mudanças efetuadas no sistema de transporte público em 2020, quando houve reduçãode 70% da oferta de horários, e em 2021 devido à pandemia. “Em 2022 começamos a fazer uma retomada para atender melhor a população, para atrair a população de volta ao sistema de transporte e ser mais atrativo. E para isso o atendimento passa por novas linhas, novos itinerários, retomadas de linhas e de horários, ou seja, ampliação de atendimento em todos os sentidos, seja de retorno de linhas, novas linhas, ou aumento de frequência com mais horários. Tudo isso foi feito neste ano”, completa.

Ele justifica a ausência da Tabela de Verão por conta do aumento do número de usuários. Na avaliação de Castro Júnior, a redução de horários poderia desestimular usuários. E compara os números do início do ano. Em março, 13 milhões de passageiros utilizaram o transporte público, enquanto em novembro foram 14 milhões. “Esse ano tem uma particularidade. A Ufrgs vai continuar em janeiro e fevereiro. Existe evidentemente uma demanda de transporte público. Reduzir nesse período seria prejudicial e não podemos ter uma operação que prejudique. Queremos melhorar o sistema de transporte. Talvez essa decisão fique para 2023”, afirma.

De acordo com Castro Júnior, foram mais de 3,6 mil viagens este ano, além de 24 novas linhas ampliadas. Sobre a possibilidade de os ônibus transportarem poucos passageiros nesse período, ele destaca a adoção do novo sistema de remuneração às empresas de transporte. “A gente gerencia a receita do sistema através de todo o passageiro pagante. E a diferença entre custo e receita é o que a gente faz de aporte. Então este elemento do passageiro acaba na verdade sendo minimizado por essa metodologia de cálculo. Como aumentou o número de passageiros automaticamente aumentou a receita”, destaca. 

Mesmo com a ampliação de algumas linhas, há quem reclame da demora dos ônibus. A aposentada Eneida Silveira Paim aguardava nesta terça-feira por um ônibus na avenida João Pessoa, no bairro Farroupilha. Após tomar a vacina contra a gripe, ela aguardava um ônibus para retornar para a casa, no bairro Jardim Botânico. “Sempre demora”, afirma. Ela avalia que os horários das linhas de ônibus apresentaram redução. “Acho muito demorado, antes não era tão demorado. Depois que deu a pandemia parece que diminuíram os horários”, observa.  

 


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