Hospital Conceição faz primeira colocação de prótese fonatória pelo SUS no RS

Hospital Conceição faz primeira colocação de prótese fonatória pelo SUS no RS

Foram realizadas duas cirurgias, sendo uma de instalação primária e outra de instalação secundária, ambas com sucesso

Correio do Povo

Equipe do Hospital Conceição responsável pelas cirurgias inéditas no RS

publicidade

Foi realizada no Hospital Conceição a primeira cirurgia de colocação de prótese fonatória em paciente laringectomizado total, com dispositivo implantado na traqueia, procedimento inédito no Rio Grande do Sul pelo SUS. O procedimento beneficia pessoas com câncer de laringe em estágio avançado, que precisam ser submetidos à laringectomia total, ou seja, a retirada da laringe e cordas vocais, impossibilitando a fala.

Conforme o cirurgião de cabeça e pescoço Marcelo Emir Requia Abreu, foram realizadas duas cirurgias: uma de instalação primária, com a colocação da prótese fonatória no momento da retirada da laringe, e outra de instalação secundária, com a colocação da prótese em paciente com a laringe retirada há algum tempo. Ambas realizadas com sucesso.

Marcelo Emir explica que após a colocação da prótese, o paciente é acompanhado pela Fonoaudiologia para a reabilitação. Segundo ele, a prótese deve ser trocada a cada seis meses, sendo a primeira colocação cirúrgica e as demais, ambulatoriais.

A reabilitação até hoje ainda mais usada é a voz esofágica que não emprega nenhum tipo de tecnologia e tem a qualidade fonatória bem limitada, além disso, há a laringe eletrônica, dispositivo colocado no pescoço ‘tipo microfone’, que emite voz metalizada. Com o dispositivo implantado na traqueia, o paciente emite a voz com uma qualidade superior, sem precisar usar dispositivo externo, o que garante também mais conforto. “É o meio mais moderno e de melhor qualidade para os pacientes voltarem a se comunicar e melhorar a interação com a família e a sociedade”, disse o cirurgião.

Para a colocação do novo dispositivo, é feita seleção rigorosa dos pacientes, pois a prótese demanda autocuidado para evitar infecção, vazamentos e se obter os benefícios que ela pode trazer. A equipe de atendimento desses casos é formada por profissionais da Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Fonoaudiologia e de Enfermagem.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895