Hospital de Venâncio Aires corre o risco de ficar sem medicamentos

Hospital de Venâncio Aires corre o risco de ficar sem medicamentos

Consumo de anestésicos e oxigênio aumentou muito com o número de pacientes internados na UTI devido a Covid

Otto Tesche

Aumentará este ano o repasse ao Hospital São Sebastião Mártir

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Depois de atingir o nível acima da capacidade de atendimento nos últimos dias, o Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires, corre agora o risco de ter falta de medicamentos para o tratamento de pacientes com Covid-19. O principal problema se relaciona a anestésicos, pois o consumo aumentou muito com o número de pacientes em leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O diretor técnico da casa de saúde, Guilherme Fürst, informou que, mesmo com o aumento do estoque nos últimos meses, há a ameaça de haver a falta de alguns produtos por dificuldades de reposição, inclusive com problemas de encontrar no mercado.

O presidente do hospital, Luciano Spies, disse que o valor mensal gasto com o insumo girava entre R$ 300 a 350 mil mensais, mas nos últimos meses atingiu R$ 2 milhões para haver estoque. No entanto, o consumo aumentou muito com o crescimento nas internações de pacientes com Covid-19. Todos os internados em leito de UTI entubados precisam de anestésico. Spies explica que o hospital já busca formas de substituição de alguns medicamentos nos tratamentos.

O diretor técnico da casa de saúde, Guilherme Fürst, informou que nos 28 dias do mês de fevereiro, 1.088 pacientes com queixas respiratórias puderam ser considerados suspeitos de Covid-19. “Em cinco dias de março, já atendemos 400 pacientes. O número de doentes continua absurdamente alto. De todos eles, 10% precisam de hospitalização”, afirma.

Além dos remédios, o uso de oxigênio está quatro vezes maior no hospital. O reservatório que tem capacidade de armazenar 20 metros cúbicos do gás medicinal era recarregado uma vez por mês, mesmo já durante a pandemia no ano passado. “Agora, uma vez por semana é preciso comprar oxigênio, pois o consumo dos pacientes Covid é alto.”

Do total de 122 leitos existentes em todas as áreas do hospital, 78 estavam com pacientes com Covid-19 nesta segunda-feira. Destes, 18 na UTI e quatro em uma UTI improvisada. A instituição ganhou um fôlego nesta segunda-feira com a abertura de mais uma unidade de atendimento para pacientes vítimas da pandemia no município. Uma área com 16 leitos clínicos se transformou em uma nova ala Covid dentro da Casa de Saúde após a assinatura de convênio entre a prefeitura e a direção do hospital.

Spies disse que com a nova unidade será possível aliviar alguns leitos da área do pronto atendimento e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), com a transferência dos pacientes para locais mais adequados. “É o último esforço possível para a ampliação do atendimento, pois não há mais área física para aumentar”, afirma.


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