Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas relata falta de anestesistas
Funcionamento do local está prejudicado desde o mês de novembro
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Um dos principais hospitais que atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde está com seu funcionamento prejudicado desde o mês de novembro pela redução no número de anestesistas. Com isto vários pacientes que estavam com cirurgias marcadas no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas tiveram seus procedimentos adiados.
Segundo a direção da instituição o ideal para atender a demanda seria no mínimo 13 profissionais, atualmente o hospital conta com oito. “Temos alguns dias até o final do ano com plantões que permitem a realização de cirurgias que estão sendo reservadas para a demanda interna (aqueles que já estão internados no hospital). O que está sendo adiado são as cirurgias eletivas, não urgentes”, disse a gerente de atenção à saúde da unidade, Cristiane Neutzling.
Ela afirma que a direção do hospital está trabalhando dentro das normas da administração pública para solução do déficit de profissionais o mais rapidamente possível. “Ainda não podemos estabelecer um cenário definitivo para o mês de janeiro. O número de procedimentos por dia é variável, de acordo com o porte das cirurgias propostas e o sítio a ser operado”, pondera. Ela confirma que a falta de médicos existe no país como um todo há alguns anos, mas está afetando diretamente as cirurgias no HE desde novembro se agravando em dezembro. “O Hospital junto com a Secretaria Municipal de Saúde seguem discutindo alternativas, tendo em vista que a EBSERH ( empresa que administra o local) só pode realizar processos seletivos em 2023”, observa.
A diretora de Gestão Ambulatorial e Hospitalar da Secretaria Municipal de Saúde, Caroline Hoffmann explica que a Secretaria faz a regulação da primeira consulta dos pacientes e que a partir do momento que fica determinada a realização de cirurgia eletiva, a agenda passa a ser controlada e monitorada pelos hospitais. “Apesar de ser um hospital 100% SUS, o HE UFPEL segue o regramento da EBSERH e os recursos destinados ao hospital são repassados diretamente dos Ministérios da Saúde e Educação, não havendo participação do município neste processo”, afirmou.
O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), por meio de seu diretor em Pelotas Marcelo Sclowitz, admitiu que sempre ocorreu certa dificuldade em repor profissionais anestesistas. “Há menos locais com residência de anestesiologia do que outras especialidades mais básicas como cirurgia, ginecologia e pediatria”, admitiu. Recentemente houve o fechamento da residência de anestesiologia do HE UFPEL um tanto por falta de professores que dessem seguimento ao curso. “Alguns egressos desta residência ficavam trabalhando por aqui, o que não irá mais ocorrer.
No caso da Ebserh que é uma empresa federal que administra os hospitais federais do país, além da escassez de profissionais, os contratos são feitos através de concurso público, sem flexibilidade de negociação de carga horária ou de salário, o que dificulta a reposição dos anestesistas”, opina. Nesta quinta-feira, Sclowitz deverá se reunir com a direção do HE para analisar as ações já tomadas e avaliar a possibilidade de auxiliar de alguma forma na solução do problema por meio do sindicato.