IBGE envia ao TCU prévia da população dos municípios com base no Censo 2022
Foram encaminhados os dados coletados até o dia 25 de dezembro
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O IBGE envia hoje (28) ao Tribunal de Contas da União (TCU) a prévia da população dos municípios com base nos dados do Censo Demográfico 2022 coletados até 25 de dezembro. No final dos anos, o IBGE entrega ao TCU a relação da população de todos os municípios brasileiros.
Sem a conclusão do Censo 2022 neste ano, o Instituto decidiu realizar um cálculo da população com base nos dados já levantados. O número de habitantes é utilizado para o cálculo do Fundo Nacional de Participação dos Municípios e para determinar o tamanho das representações políticas (quantidades de vereadores e de deputados federais e estaduais).
O diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, explicou a metodologia da prévia da população a partir dos dados parciais coletados no Censo 2022 no encontro Censo Demográfico - Avanços e Desafios, realizado na manhã de ontem (27), no Museu do Amanhã, no Centro (RJ).
“Temos uma outra missão e precisamos aproveitar o Censo, divulgando um dado de 2022 com base na coleta dos dados. A coleta continua aberta em janeiro recenseando aonde não fomos ainda. Vamos fazer um trabalho de supervisão e controle de qualidade retornando aos domicílios classificados como recusa, fechado, vago ou de uso ocasional; e também a supervisão dos casos de omissão, duplicidades e inconsistências. Além da pesquisa de pós-enumeração”, informou Cimar Azeredo.
No evento, também foi assinado Acordo de Cooperação Técnica entre o IBGE e a Secretaria Municipal de Saúde, pelo presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, e o subsecretário de Gestão do Município do Rio de Janeiro, Márcio Leal. As duas instituições vão promover ações para utilização dos agentes de saúde na coleta e atualização do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), repositório de endereços de abrangência nacional mantido pelo IBGE.
A secretária de Promoção e Atenção Primária e Vigilância à Saúde Ana Luiza Caldas, destacou a necessidade de utilizar agentes de saúde e vigilância a partir de novembro para alcançar a população que os recenseadores não estavam conseguindo. Foram premiadas simbolicamente as agentes de saúde Suelem de Souza e Fabíola Borges da Costa.
Em relação aos desafios, Rios Neto destacou que o principal foi a falta de recenseadores, com o aquecimento do mercado de trabalho no segundo semestre de 2022, como em Santa Catarina, onde a taxa de desocupação é de 3,9%, quase pleno emprego. Outro desafio foram as redes sociais que amplificam fenômenos que eram casos isolados.
“A luz do fim do túnel já está dada, mas temos o desafio de não deixar a inércia de início de ano imperar. Em janeiro, vamos pisar no acelerador. Sob os pontos de vista financeiro e operacional estamos resolvidos, precisamos continuar a ter motivação para encerramos o Censo”, resumiu Rios Neto
Censo perto de ser concluído
Para o diretor de pesquisas, Cimar Azeredo, apesar dos desafios, o Censo está em vias de ser concluído. “Nosso maior desafio foi contratar recenseadores, planejamos contratar 180 mil e o máximo a que chegamos foi 120 mil. Depois a pandemia atrapalhou o planejamento anterior e fenômenos climáticos como chuvas contribuíram para os atrasos. Este também foi o primeiro censo com rede social e tivemos de combater as fake news. Também tivemos problemas no pagamento dos recenseadores por não termos testado o sistema antes. Além das inúmeras Medidas Provisórias”, elencou Azeredo os principais desafios.
Ele destacou inovações como o registro prévio sistemático de informações sobre aglomerados subnormais, que facilitou o trabalho de entrar nessas comunidades. E o aprimoramento do registro das comunidades tradicionais, pela primeira vez com cobertura de 100% das áreas indígenas e o primeiro registro das comunidades quilombolas, que vai sair da invisibilidade estatística, segundo Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.
Os testes nas 27 unidades estaduais deram uma visão de como funciona a operação censitária com experiências em nove municípios, quatro distritos, sete bairros e dez localidades. O treinamento foi desafiador, tendo como resultado a capacitação de mais de 240 mil pessoas, sob a supervisão da coordenação operacional do Censo e apoio da Ence. Houve ainda avanços no Cadastro Nacional para Fins Estatísticos (CNEFE).
Registraram-se avanços na área de tecnologia da informação e utilização de imagens por satélite de alta resolução, captação de coordenadas que deixarão um legado para as áreas de defesa civil e prevenção de desastres; e uso de dashboards para visualização dos resultados. Além disso, foi um censo extremamente conectado, com chips nos DMCs que permitem a transmissão em tempo real da coleta.
“Isso aumenta a velocidade do acompanhamento do Censo e reduz a necessidade do posto de coleta. Ainda não utilizamos 5G, mas provavelmente em novas coletas o 5G será utilizado. Também utilizamos mapas a partir da coleta das coordenadas”, afirmou o diretor de informática do IBGE, Carlos Renato Cotovio.
No evento, também foi lançado o serviço Disque-Censo 137. Os moradores de domicílios onde ainda ninguém respondeu ao Censo 2022 devem ligar para o Disque-Censo 137, disponível em municípios selecionados de todos os estados do país desde ontem(27). O serviço será disponibilizado de forma gradativa nos municípios de acordo com o andamento da coleta em cada local. Para saber se o Disque-Censo está disponível no seu município, clique aqui.
No final do evento, um debate reuniu sete superintendentes de alguns dos estados que estão com a coleta mais adiantada. José Mendes Coelho, do Amazonas, Leonardo Santana Passos, do Piauí; Adriane Almeida do Sacramento, do Sergipe. Francisco Garrido Garcia, de São Paulo, Roberto kern Gomes, de Santa Catarina, Edson Roberto Vieira, de Goiás e José Francisco Teixeira Carvalho, do Rio de Janeiro.
O Censo 2022 está em campo realizando coletas desde 1º de agosto e continuará durante o mês de janeiro de 2023.