Imigração Italiana: 150 anos de uma cultura que povoou o Brasil

Imigração Italiana: 150 anos de uma cultura que povoou o Brasil

Em 21 de fevereiro de 1874, um navio com cerca de 400 estrangeiros dava início à imigração italiana no Brasil. RS celebrará 150 anos da chegada dos imigrantes em 2025

Rodrigo Thiel

Cristian (esq.), Jonas (centro) e Saule (dir.) trabalham na produção de uvas, assim como seus antepassados quando chegaram ao Brasil

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No dia 14 de setembro de 1891, saíam da Itália os imigrantes Gaetano Peretti e Berenice Dall Maso. Moradores de Monte Belo Vicentino, na região de Vêneto, eles chegaram ao Brasil em busca de melhores oportunidades de vida, escolhendo a Serra Gaúcha como local para constituírem uma família. Cinco gerações depois, cabe aos tataranetos Cristian e Jonas Peretti manterem viva as tradições da família de origem italiana, seja pelos costumes da terra natal como pela forma de vida já em sua nova casa.

Desde que Gaetano chegou o Brasil, a família vive na mesma propriedade, localizada na comunidade São Caetano, na Linha Guerra, em Antônio Prado. Cristian Peretti conta que, por tradição de seus tataravós, a principal atividade econômica é a produção de uvas, com parreiras quase centenárias nos 9 hectares de terra, além de pequenas outras plantações e criações para consumo próprio. Neste período de vindima, toda a família ajuda no trabalho da colheita da uva. Além dele e de seu irmão, participam da atividade a esposa Elis e os pais Saule e Neusa Peretti.

“É um imenso orgulho relembrar as histórias e até as dificuldades que os antepassados tiveram, porque mostra o quanto eles foram aguerridos. Ainda tentamos manter a comunicação usando o idioma Talian, além de todos os ensinamentos de vida e de trabalho passados por nossos avós. Hoje não me vejo fazendo outra coisa a não ser continuar desenvolvendo a propriedade, com novas tecnologias. Vou criar meus filhos, vou repassar o Talian para eles e contar nossa história para que se orgulhem de serem descendentes de italianos”, contou Cristian.

Família Peretti guarda com orgulho a certidão de nascimento de Gaetano, imigrante italiano que nasceu em meados de 1860, na região de Vêneto | Foto: Cristian Peretti / Arquivo Pessoal / CP

Também na Serra, o descendente de quarta geração Eduardo Grassi Cecchin entende que um de seus objetivos de vida é a manutenção desta cultura rica e diversa. Ele é tataraneto de Pietro Grassi, que residia na comuna de Arzignano, na província de Vicenza, em Vêneto, e veio da Itália sozinho aos 17 anos em 1890. Em Antônio Prado, ele casou, formou família e adquiriu a propriedade onde a família trabalha até hoje. Eduardo conta que, inicialmente, tudo o que era produzido servia para o próprio sustento de seus antepassados.

Atualmente, o cultivo da uva é a principal atividade econômica da família, que vive na localidade de Capela São João. “O meu sentimento em ser descendente de italiano é de muito orgulho, porque carrego comigo a cultura de um povo que chegou aqui sem nada, começou do zero e sempre trabalhou muito para conquistar o que tem. Muita coisa foi passando de geração em geração e eu sempre vou carregar comigo a garra, o respeito e a perseverança da cultura italiana”, afirmou.

A história das famílias Peretti e Grassi está entre as milhares que remetem à chegada dos primeiros imigrantes italianos ao Brasil. Hoje, dia 21 de fevereiro, é considerada a data oficial deste enorme fluxo de estrangeiros, que acabaram fincando raízes na história e na cultura nacional. Neste dia, em 1874, o navio à vela “La Sofia” chegava em Vitória, no Espírito Santo com quase 400 italianos, que se instalariam em propriedades rurais em Santa Teresa, na região serrana do estado. A cidade, inclusive, foi a primeira fundada por italianos no Brasil.

Contudo, o professor do curso de História na graduação e na pós-graduação da PUCRS, Antônio de Ruggiero, conta que as condições de vida e geográficas da região fizeram com que muitas das levas seguintes de imigrantes deixassem o local para buscar uma nova vida em outras colônias, entre elas, no Rio Grande do Sul, a partir de 1875. Ele também ressalta que esta não foi a primeira vez que italianos migraram para o Brasil.

“Apesar de celebrarmos o dia 21 de fevereiro de 1874 como a data oficial do início da imigração italiana no Brasil, ocorreram expedições menores de camponeses anos antes. Teve uma em 1836 de imigrantes da região central da Itália que vieram para a região de Santa Catarina e Paraná. Mas se escolheu essa data pois foi uma expedição relativamente grande, com cerca de 400 camponeses que vieram do norte da Itália. Na verdade, a região de onde vieram foi o Trentino, que pertencia à Áustria na época, apesar de ser um local de cultura típica italiana. Outros poucos que vieram na primeira expedição eram do Vêneto, no Norte, que já pertencia ao estado italiano recém-unificado”.

O pesquisador conta que esta primeira expedição foi organizada por um italiano chamado Pietro Tabachi, que chegou no Espírito Santo alguns anos antes, na década de 1850, e comprou grandes fazendas na região. Na posse das terras, ele fez um acordo com o governo para acolher e para vender partes deste terreno para pessoas que vinham do seu país de origem. Desta forma, destaca o historiador, foi a partir da decisão de um empreendedor que se iniciou a imigração de um grande fluxo de italianos para o Brasil.

“Só que esta expedição não deu certo. Em breve tempo, os camponeses se deram conta que as condições ambientais, climáticas e logísticas destas regiões eram adversas. Então, logo eles se dispersaram para outras colônias que eram organizadas pelo governo, com condições até mais favoráveis. Apesar de celebrarmos a data desta expedição, ela não foi um sucesso”, completou.

Ruggiero conta que, entre as principais motivações para a vinda de milhares de italianos para cá, estão as condições da sua terra natal. A agricultura na região do Trentino e do Vêneto era muito pobre, com uma produção limitada. Além disso, o norte de onde hoje é a Itália sofria com uma crise na indústria da seda, causada pela concorrência estrangeira e por pragas que afetaram a produção. Outro aspecto foi o contexto da unificação italiana, que teve como resultado a criação de uma barreira comercial na região do Trentino, que pertencia à Áustria.

“Teve uma série de motivos que fizeram os camponeses acreditarem que uma migração ao Brasil seria favorável naquele momento. Até porque o pagamento dessas terras era facilitado, com condições que pareciam favoráveis. Só que muitos ficaram decepcionados e se dispersaram para locais onde a participação governamental era maior e garantia melhores condições de vida para eles. Muitas famílias, principalmente do Vêneto, preferiram se transferir para colônias no Rio Grande do Sul, por exemplo”, relatou o historiador.

Chegada das primeiras famílias na Serra do RS

As duas primeiras colônias do RS, chamadas de Conde D’Eu e Dona Isabel (à época genro e filha do imperador Dom Pedro II, respectivamente), foram criadas administrativamente em 1875 onde hoje estão localizadas as cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves. Entretanto, a primeira a receber imigrantes de fato foi a de Caxias do Sul, chamada de 3ª colônia de imigração italiana.

O Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul guarda, em sua vasta coleção, registros dos lotes de terra recebidos pelos primeiros colonos que vieram para o RS. Estas primeiras famílias que chegaram na Serra Gaúcha eram proveniente da região da Lombardia, na Itália. Por conta disso, nomearam a localidade recém-ocupada em homenagem à principal cidade da sua região natal: Nova Milano.

Assim, as famílias Crippa, Radaelli e Sperafico deram início a este grande fluxo de imigrantes que ajudou a moldar a cultura do RS junto aos nativos e aos imigrantes germânicos, que chegaram cerca de 50 anos antes. “Em pouquíssimos anos, chegaram no RS quase 100 mil italianos. Isso mudou radicalmente a fisionomia demográfica do Estado, que na época tinha uma população reduzida, com pouco mais de 400 mil habitantes antes da imigração. Era um Estado enorme, mas com poucos residentes. E isso mudou totalmente a conotação cultural e social do RS. Por isso que hoje temos uma quantidade enorme de descendentes”, falou Ruggiero.

O professor da PUCRS aponta ainda que a característica dos imigrantes que vieram para o Brasil era de famílias camponesas, acostumadas com o trabalho no campo. “Hoje em dia, são os municípios menores possuem um percentual mais alto de descendentes italianos, justamente por manter uma alma rural e agrícola. Mas um dado muito interessante é que mais de um terço da população gaúcha, ou seja, cerca de 4 milhões de habitantes, tem por parte pai ou de mãe uma descendência italiana”, completou o professor.

Arquivo Histórico do RS guarda livro com registro de terrenos de propriedades dos primeiros colonos que chegaram em Caxias do Sul | Foto: Ricardo Giusti

Incentivos para a imigração de italianos ao Brasil

À época, a Itália havia acabado de passar por um processo de unificação. Anteriormente, a península era composta por divisões em reinos, tendo como uma das figuras principais da unificação um combatente conhecido dos gaúchos: Giuseppe Garibaldi. Entretanto, Ruggiero destaca que a unificação ou a emblemática figura de Garibaldi não tiveram influência considerável na vinda de italianos para o Brasil, mas sim a criação de políticas que favoreciam o ingresso de italianos para o Sudeste e para o Sul do país.

“O que muda, para mim, fundamentalmente, é o fato de que o Brasil institui políticas centradas sobre a vontade de acolher imigrantes europeus. Os fatores chamativos no Brasil foram mais fortes do que a situação na Itália. Neste caso, foram os investimentos que o Império Brasileiro, à época, fez para criar pequenas e médias propriedades, adquiridas por imigrantes que passaram a possuir novas terras para cultivar”, ressaltou.

Ele conta ainda que este novo tipo de propriedade rural criava um cenário diferente ao dos grandes latifúndios até então vistos no RS. “Inicialmente foi feita a divisão de lotes de cerca de 25 hectares. Era o governo incentivando o povoamento destes territórios, até para criar uma alternativa à pecuária. Os imigrantes inicialmente tinham condições favoráveis para adquirir estes lotes, pois o Brasil pagava a viagem deles. Apesar das dificuldades das primeiras gerações em chegar em um local com mata virgem, este sistema funcionou relativamente bem. Foi uma colonização organizada muito pela vontade política de mudar determinadas estruturas econômicas”, completou.

Manutenção das tradições e mescla de culturas

Outro aspecto importante da imigração italiana foi a necessidade de manter viva as tradições da terra natal. Ainda conforme o professor da PUCRS, Antônio de Ruggiero, isto segue muito evidente na Serra Gaúcha e em outros locais do RS que receberam as colônias de estrangeiros. “Desde o início do processo de imigração, os italianos que chegavam aqui faziam de tudo para preservar a sua cultura, tanto do ponto de vista religioso, como da gastronomia. Eles tentavam reproduzir nestes territórios os mesmos produtos que eles cultivavam na Itália. Só que muitas vezes isso não dava certo, pois as condições climáticas são diferentes”.

Entretanto, em outros setores, a presença da cultura italiana não só manteve viva a tradição como desenvolveu setores da economia, como é o caso da vitivinicultura, que é praticada pelas famílias Peretti e Grassi desde a primeira geração de imigrantes, por exemplo. “A vitivinicultura começou como uma necessidade dos imigrantes tinham em cultivar a videira e tentar reproduzir o vinho que era feito na Itália. Foi um caminho muito tortuoso, muito difícil, mas hoje em dia nós temos uma produção muito importante para a economia do RS e do país”, apontou Ruggiero.

Ao longo dos anos, estas características da cultura italiana foram se mesclando com a cultura local. O pesquisador cita a gastronomia colonial como um símbolo desta diversidade. “Temos uma herança muito forte da gastronomia do norte da Itália, mas que ao mesmo tempo se transformou em algo peculiar, com produtos locais. Estes processos culturais são muito evidentes e criaram uma bela riqueza multicultural no RS”, finalizou.

Desta forma, a partir da necessidade de manter viva as tradições de seu local de origem, os imigrantes e descendentes foram constituindo diversas associações e sociedades italianas ao redor do RS. A mais antiga é a Sociedade Italiana de Beneficência Anita Garibaldi, criada em Bagé em 1871, ainda antes da imigração em massa iniciada anos depois. Isso se deve pela leva de italianos que chegaram ao RS, Argentina ou Uruguai em excursões menores desde os anos 1830.

Em Porto Alegre, entre as tradicionais entidades estão a Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul e a Massolin de Fiore. Entre as diversas atividades, as associações e sociedades oferecem aulas de idioma, grupos vocais, dança e até espaços para pesquisas genealógicas. De acordo com Ari Rogério de Marco, presidente da Sociedade Italiana do RS, que foi fundada em 1893, era desejo dos italianos que viviam aqui se reunir para celebrar as suas tradições mesmo longe da terra natal.

“A sociedade começou em uma pequena casa no bairro Bonfim, e nada mais foi do que uma forma de eles encontraram para se reunir e reproduzir tudo aquilo que eles tinham de conhecimento, de cultura, lembrar suas canções e se aproximar um dos outros. Essa congregação, ela sobrevive até hoje. Nós continuamos a fazer encontros sociais, almoços, jantares e muito mais. Esse associativismo é de uma marca do nosso povo, principalmente os primeiros imigrantes que vieram da região do Vêneto e, depois, com a vinda de muitos calabreses para Porto Alegre”, contou.

Além de manter as tradições na sua rotina de trabalho, o descendente de italianos Cristian Peretti também é voluntário na Associação Nostro Filó, de Antônio Prado. O município da Serra possui como alcunha oficial “A cidade mais italiana do Brasil”. Cristian conta que a Nostro Filó valoriza e divulga a história de superação da imigração no Sul do país, a partir de diversas atrações, como teatro, música, museu, comida e vinho. A associação trabalha por agendamento de grupos e os participantes recebem adereços e vestimentas típicas para que possam sentir na pele a experiência da tradição italiana.

Espírito Santo e São Paulo realizam celebrações dos 150 anos

No último sábado, a Associação Federativa Italiana do Espírito Santo e o Arquivo Público do Estado do ES promoveram uma série de atrações em alusão aos 150 anos do início da imigração italiana no Brasil. Entre as atividades culturais, estavam músicas, dança e gastronomia típicas. O Governo do ES também realiza desde o final de 2023 eventos para celebrar a data. O objetivo é promover, ao longo de todo 2024, diversas ações no estado. Além disso, os Correios lançaram no último ano um selo comemorativo ao sesquicentenário.

Também no Sudeste, o Museu da Imigração, localizado no tradicional bairro da Mooca, em São Paulo, conhecido pela sua forte influência italiana, promove uma programação especial, que inicia hoje e segue até domingo com passeios, palestras, rodas de conversa e visitas educativas. Algumas das ações serão presenciais e outras online, como o workshop “Dicas de Pesquisa de Registros de Imigrantes Italianos”. De acordo com o museu, o objetivo desta celebração é explorar dados e curiosidades sobre imigração no país, como os milhares de italianos que passaram pela antiga Hospedaria de Imigrantes do Brás, que foi espaço de acolhida para cerca de 800 mil imigrantes.

No Rio Grande do Sul, acontece neste período um dos principais eventos da Serra Gaúcha, que enaltece a cultura, a tradição e a história da imigração italiana na região: a Festa da Uva de Caxias do Sul. Apesar de não contar com uma atividade em alusão aos 150 anos da chegada dos primeiros ítalos ao Brasil, a festa em 2024 marca o início das celebrações do sesquicentenário da imigração italiana no Rio Grande do Sul, em 2025.

Segundo a diretora de Cultura da Festa da Uva, Cristina Nora Calcagnotto, o lançamento oficial das celebrações de 150 anos da imigração no RS ocorrerá no próximo dia 28, no Monumento Nacional ao Imigrantes, em Caxias do Sul. Além disso, será disponibilizado um formulário online para que as pessoas e entidades possam enviar suas programações no período, para que se construa uma agenda geral da região com as atividades que serão realizadas até 2025. “A ideia é fazer com que Caxias do Sul seja um dos polos dessa programação, por conta de ter muito forte as características da imigração italiana e seus costumes. A gente sabe que Caxias hoje possui uma grande diversidade, mas que se iniciou, de fato, com a imigração italiana. E a gente traz isso muito forte no roteiro do desfile da Festa da Uva desse ano”, reforçou Cristina.

Valerio Caruso, cônsul da Itália em Porto Alegre conta que existem 80 mil pedidos na fila por cidadania italiana | Foto: Vitor Ceolin/Consulado Geral da Itália/CP

Consulado da Itália no RS está entre os cinco maiores do mundo em serviços oferecidos

Um dos fatos que complementa a grande presença de italianos e descendentes de italianos no RS é a instalação de um Consulado-Geral da Itália em Porto Alegre. De acordo com o cônsul Valerio Caruso, o RS é o estado mais italiano do mundo fora da Itália, e isso pode ser percebido na quantidade de serviços oferecidos e atendidos pelo consulado. “Em 2023, foram emitidos 13,5 mil passaportes e reconhecidas mais de 4 mil cidadanias, números que confirmam a representatividade do Consulado-Geral, que está entre os cinco maiores consulados gerais do mundo em número de serviços oferecidos”, apontou Caruso.

Conforme dados do próprio consulado, a maioria dos descendentes estão ligados à região do Vêneto. Entretanto, estas famílias estão mais presentes no interior do Estado. Por outro lado, em Porto Alegre, a maior parte dos descendentes são originários da região da Calábria, no Sul da Itália. Já com relação aos cidadãos ítalo-brasileiros, ou seja, que possuem dupla cidadania, 40% reside na Região Metropolitana, 30% na região de Caxias do Sul e 15% na região de Bento Gonçalves. Os outros 15% estão divididos nas outras regiões onde foram criadas colônias de imigrantes.

“Este mapeamento reflete a dispersão geográfica das famílias imigrantes e seus descendentes, criando uma rica diversidade cultural italiana em todo o Rio Grande do Sul. A comunidade italiana no RS é generosa, dinâmica e trabalhadora, além de possuir valores culturais e tradições grandiosas. Ao longo dos últimos 150 anos, essa comunidade desempenhou um papel decisivo no desenvolvimento do estado. A procura muito grande (por cidadania) é expressiva do grande sentimento de pertencimento à Itália e da atratividade do passaporte italiano, considerado o mais poderoso do mundo”, completou o cônsul.

Caruso ressalta que o aumento pela procura por dupla cidadania é um dos desafios que o consulado está emprenhado em superar para os próximos anos. “Em 2023, o Consulado bateu todos os recordes. Embora esses números sejam impressionantes, reconheço que não são suficientes diante da enorme fila de 80 mil pessoas. Pessoalmente, tenho profundo respeito por aqueles na fila e, em consideração a eles, temos intensificado nossos esforços nos últimos meses para agilizar o processo e reduzir o tempo de espera”, apontou.

De acordo com dados da Embaixada Italiana no Brasil, aproximadamente 30 milhões de brasileiros têm o direito à cidadania italiana em virtude de suas raízes. Para superar este desafio, o cônsul cita a procura em adquirir uma nova sede para ampliar a capacidade de atendimento. “Somos privilegiados aqui no Rio Grande do Sul, pois teremos a oportunidade de celebrar os 150 anos da imigração italiana no Brasil em 2024 e, em seguida, em 2025, no nosso estado. Pessoalmente, pretendo que 2024 e 2025 sejam marcos no avanço da qualidade de atendimento e infraestrutura do Consulado-Geral. Estamos empenhados em adquirir uma nova sede, com a intenção de inaugurá-la em 2025, marcando o início de um novo ciclo de mais 150 anos de prosperidade e orgulho”, finalizou Caruso.


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