Impasse no pagamento de médicos pode limitar atendimentos em hospitais do Litoral Norte

Impasse no pagamento de médicos pode limitar atendimentos em hospitais do Litoral Norte

Simers comunicou que, caso acordo com AESC não seja cumprido, restrições podem ocorrer a partir do dia 20 de novembro

Rodrigo Thiel

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Uma mudança no formato do pagamento da Associação Educadora São Carlos (AESC) aos médicos que atuam nos hospitais Santa Luzia, em Capão da Canoa, e Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, causou um impasse que pode refletir em restrições nos atendimentos das instituições de saúde nos próximos dias. De acordo com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), tal medida pode passar a valer a partir do dia 20 de novembro, caso o repasse do pagamento de outubro não ocorra conforme o acordo firmado com a AESC. 

A diretora do Simers, Gabriela Schuster, relatou que, caso as restrições ocorram, apenas seriam realizados atendimentos de urgência e emergência nos hospitais. Segundo ela, o impasse iniciou após as mudanças no repasse da entidade para os profissionais, que passou de 15 dias após a entrega das notas para 45 dias. “Nós compreendemos todas as questões econômicas, de fluxo de caixa e ciclo de faturamento. Mas não podemos aceitar que os serviços sejam prestados e somente depois os médicos sejam avisados sobre a intenção de um aditamento de contrato, sem acordo e impondo modificações no pagamento. Isto é um desrespeito”, afirmou.

O secretário de Saúde de Capão da Canoa, Tiarlin Abling, disse que a administração municipal tem receio de que ocorram restrições no atendimento, mas ainda não foi comunicada desta possibilidade. Na cidade, o único convênio entre Prefeitura e hospital é para o atendimento pediátrico. Além disso, cerca de 10 médicos que atendem no Santa Luzia também trabalham na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Capão da Canoa. “Se o Simers já foi alertado, é uma preocupação. Acredito que o impasse não seja com os médicos generalistas, mas com os especialistas que possuem um custo maior”, ressaltou Abling. A Prefeitura de Torres disse que também não foi comunicada pelo hospital da cidade com relação a possíveis restrições.

Em nota, a AESC informou que “realizou ajuste no ciclo de pagamento de contratos de fornecedores em todas as suas unidades, e o pagamento dos serviços prestados está assegurado dentro das novas datas estabelecidas. A medida visa organizar prazos de tramitação de informações entre a AESC e as empresas, e o apropriado faturamento dos serviços prestados. A instituição permanece em diálogo com o Simers”.

Durante a assembleia realizada pelo Simers, Gabriela citou que, além do impasse nos pagamentos, uma das preocupações é com a decisão da AESC em deixar a gestão do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, o que gera insegurança com relação à assistência prestada na cidade. “Estamos acompanhando de perto o tema, pois falta pouco mais de um mês para a população do Litoral Norte quase triplicar devido ao verão e aumentar o número de atendimentos”, finalizou.


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