Indígenas reivindicam demarcação de área onde vivem no morro Santana, em Porto Alegre

Indígenas reivindicam demarcação de área onde vivem no morro Santana, em Porto Alegre

Cacica Iracema buscou apoio para que sejam realizadas melhorias na área, além de moradia, ensino e uma casa de religião

Correio do Povo

Cacica Iracema apresentou reivindicações aos vereadores integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor e dos Direitos Humanos (CEDECONDH)

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A demarcação da área junto ao morro Santana, em Porto Alegre, como território indígena, foi uma das reivindicações da Cacica Iracema aos vereadores integrantes da Comissão de Defesa do Consumidor e dos Direitos Humanos (CEDECONDH). A reunião realizada na aldeia, chamada de Retomada Multiétnica Gãh Rê Xokleng e Kaingang do Morro Santana, teve vários pedidos por melhorias na área: como moradia, ensino e uma casa de religião. No local, vivem 42 famílias das etnias Kaingang e Xokleng.

Para a Cacica Iracema, o momento é oportuno para se falar em terras indígenas ou não indígenas, tendo em vista os desastres naturais que vem ocorrendo. Ela destacou que, em vez de terras, deve-se falar em Brasil, onde todas as regiões vêm sofrendo desastres naturais e uma das missões dos povos indígenas e salvar e conviver com as florestas.

No caso do morro Santana, Iracema lembrou que seus ancestrais viveram ali e ela está lutando para que seus netos permaneçam no local. O vereador Pedro Ruas destacou que muitos dos pedidos que foram feitos anteriormente, quando aquela comunidade esteve na Câmara de Vereadores, tiveram algum atendimento. Destacou o caso do professor bilíngue e alguns ajustes em cabanas para moradia. Na reunião, também foi pedido o aumento da escola para atender toda a demanda.

Participaram todo os integrantes da Comissão, liderados pelo presidente, o vereador Alvoni Medina, que destacou a importância se serem respeitados os direitos de terras dos indígenas. Ele se comprometeu a dar seguimento às demandas junto com os demais integrantes.

A prefeitura de Porto Alegre foi representada por Luciano Marcontonio, sub-procurador da Procuradoria Geral do Município; Guilherme Fur, da Secretaria de Desenvolvimento Social; e Rosane e Ana Carolina, assistentes sociais que atuam na assistência das etnias raciais, da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e representantes do Departamento Municipal de Habitação.

Foi estabelecido que a comissão buscará junto ao Poder Judiciário Federal uma definição quanto à destinação da área, visto que o banco que era proprietário do terreno tem débitos com a União, sendo possível uma decisão sem mais demora. Os pedidos de ajuda para melhorar as moradias serão examinado pelo Departamento Municipal de Habitação.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895