Insegurança e desconfiança: Comerciantes do entorno do Esqueletão temem efeitos colaterais da demolição

Insegurança e desconfiança: Comerciantes do entorno do Esqueletão temem efeitos colaterais da demolição

Mesmo após algumas reuniões com a Prefeitura, há um sentimento de insegurança e falta de clareza sobre o processo e os resultados esperados

Paula Maia

Valor da demolição será repassado para os proprietários

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O projeto de demolição do edifício Galeria XV de Novembro, conhecido como Esqueletão, tem gerado apreensão entre os comerciantes próximos ao local. As preocupações de muitos comerciantes se estendem aos possíveis efeitos colaterais da obra em seus negócios, bem como a segurança da área após a demolição. Há um sentimento de insegurança e falta de clareza sobre o processo e os resultados esperados.

Apesar das reuniões com representantes da Prefeitura e conversas com engenheiros, alguns comerciantes da antiga galeria questionam a segurança para a execução da demolição do prédio de 19 andares. Empreendedores do entorno do prédio alertam ainda que o espaço entre os prédios é muito pequeno para que não tenha algum tipo de dano durante a demolição.

“Antigamente a minha maior preocupação era de não conseguir manter meus funcionários. Hoje a minha preocupação é que esse Esqueletão não caia na cabeça de ninguém”, ressaltou Elisiane Maciel que tinha uma loja dentro da galeria e conseguiu alugar um espaço na rua do lado.

Outro comerciante aponta o medo que as lojas do entorno sejam atingidas de alguma forma pela demolição. “A minha preocupação agora é que eles explodam o prédio e condene o prédio do lado e as lojas que estão encostadas na galeria”, comentou Luiz Carlos dos Santos que manteve uma loja de caça e pesca por décadas no térreo do prédio que será demolido.

Enquanto alguns comerciantes procuram respostas com os engenheiros e representantes da Prefeitura que estão indo com frequência ao local, outros afirmam que não têm mais interesse em participar das reuniões com o executivo. Esses consideram as ações tomadas totalmente impositivas e expressam suspeitas sobre possíveis motivações ocultas por trás da demolição, mencionando mudanças de projeto e a busca por compradores.

Um dos assuntos comentados pelos comerciantes é sobre o repasse do valor da demolição. Essa informação foi confirmada pelo prefeito Sebastião Melo durante coletiva na segunda-feira. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi) o valor de R$ 3,79 milhões terá um acréscimo de 15%, de acordo com a artigo 234 e 235 da Lei Complementar 284 de outubro de 1992.

A demolição do prédio está prevista para ocorrer em oito etapas. Segundo o engenheiro responsável pela demolição, Manoel Jorge Diniz, está sendo providenciado a limpeza do local e algumas licenças necessárias.

O especialista afirmou a empresa Demolidora FBI já executou implosões a três metros de outras construções sem nenhum tipo de transtorno às estruturas


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895