Instabilidades climáticas têm interferido de forma negativa no sistema financeiro de trabalhadores

Instabilidades climáticas têm interferido de forma negativa no sistema financeiro de trabalhadores

Profissionais autônomos têm sido prejudicados com a sequência de chuvas, tempestades, alagamentos e vendavais

Fernanda Bassôa

Com os últimos episódios de temporais, ventos e destruição, o volume de fretes caiu drasticamente para Assis

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As severas mudanças climáticas que têm sido cada vez mais frequentes no dia a dia da população, especialmente na região sul do País. Elas têm obrigado os moradores a se adaptarem a nova realidade que o clima impôs. Altas temperaturas, calor excessivo, sensação de abafamento geralmente precedem chuvas, tempestades, alagamentos, vendavais, com queda de árvores, destruição, danos e prejuízos. Essa sequência de episódios atrapalha não apenas a vida e o cotidiano das pessoas, mas o sustento de famílias e a economia de uma região inteira.

Como é o caso de Francisco da Silveira de Assis, morador de Sapucaia do Sul que trabalha como autônomo. Para incrementar a renda familiar e ajudar na compra de medicamentos que a esposa necessita, pois é acamada, ele faz fretes para os amigos, conhecidos e também por indicação de familiares. “Faço pequenas mudanças, viagens, busco materiais e encomendas. Tudo que consigo colocar dentro da caminhonete saveiro e transportar vejo como uma opção de lucro e isso resulta em um bom dinheiro no final do mês.”

Segundo ele, de segunda a sexta-feira ele tem uma agenda bastante agitada, com ao menos quatro fretes na semana. Entretanto, com os últimos episódios de temporais, ventos e destruição, o volume de trabalho caiu drasticamente. “Não posso fazer mudanças em dias de chuva e nem aceitar viagens longas. É muito perigoso. É lógico que estas mudanças no clima interferem de forma negativa na vida da gente.”

Outro trabalho que também sofre interferência é o do Fernando Garcia da Luz, que é fotógrafo e atua como autônomo. Luz faz fotos de casamentos, formaturas e aniversários, mas o que mais fotografa é ensaios externos, geralmente na rua, ao ar livre. Sempre com agenda cheia, com datas e horários previamente marcados, ele tem uma vasta cartela de clientes e cada vez mais é requisitado e indicado.

“Estas sequencias de temporais, viradas de tempo, inundações, tem prejudicado o meu trabalho. Tem bagunçado muito a minha agenda, pois preciso remarcar toda a hora com os clientes e isso tem me dado uma dor de cabeça. Para o cliente também.” Segundo o fotógrafo, acompanhar a previsão do tempo faz parte da rotina dele, pois é praxe avisar o cliente sobre as condições de luz, vento, se chove ou não no dia das fotos. “O ambiente externo para uma boa fotografia é tudo no trabalho de um fotógrafo.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895