Intervenção em unidade do DF faz Cardiologia desmarcar mediação com sindicatos sobre demissões em massa

Intervenção em unidade do DF faz Cardiologia desmarcar mediação com sindicatos sobre demissões em massa

SindiSaúde-RS, um dos sindicatos envolvidos nas tratativas com o Instituto de Cardiologia, realizou um protesto em frente ao MPRS

Rodrigo Thiel

Em novembro deste ano, o Instituto de Cardiologia realizou a demissão em massa de 223 colaboradores e entrou com pedido de recuperação judicial

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Segue sem definição as tratativas envolvendo a Fundação Universitária de Cardiologia – Instituto de Cardiologia (FUC) e os sindicatos que ajuizaram ação para a reintegração dos 223 colaboradores desligados em novembro. Isto porque uma mediação marcada para esta quinta-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT4) foi desmarcada pelo Instituto de Cardiologia após a Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal decretar intervenção na unidade da instituição em Brasília por encontrar-se em “situação pré-falimentar”.

O SindiSaúde-RS lamentou a desmarcação da mediação e informou que está tentando reagendar o encontro para o início da próxima semana. O sindicato ainda realizou um protesto na tarde desta quinta-feira em frente ao Ministério Público do Rio Grande do Sul. De acordo com o presidente, Julio Jesien, a intenção do ato é buscar junto ao MPRS uma intervenção na FUC também no RS.

“Esta informação (intervenção no DF) é bastante delicada. Já havíamos feito uma reunião ainda nesta semana na qual alguns pontos estavam bem encaminhados e outros precisavam se encaminhar, como é a questão do pagamento do 13º salário, a questão da liberação da documentação para os trabalhadores sacarem o seguro do desemprego e também o FGTS. Então acaba atrasando este processo como um todo”, ressaltou.

A mediação agendada para esta quinta-feira tinha como objetivo também averiguar se as reintegrações dos colabores foram realizadas pelo Instituto de Cardiologia. Procurada, a FUC destacou que esta situação no DF não reflete na recuperação judicial da entidade. Além disso, em nota, o Instituto de Cardiologia informou não ver "motivo justificável ou legal" para a intervenção.

"A Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), entidade filantrópica, privada e com mais de 50 anos de serviços prestados às áreas de assistência, pesquisa e formação de profissionais, vem manifestar seu profundo sentimento de surpresa em função da decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) em intervir na gestão de sua unidade neste Distrito (Instituto de Cardiologia e Transplantes) que no ano de 2023 já produziu 10% a mais do que no ano 2022 e já realizou 237 transplantes até a presente data (em 2022 foram 231). A FUC não medirá esforços para manter os atendimentos aos seus pacientes. A FUC espera que tal medida seja revista pelo GDF reestabelecendo a condição prévia de gestão e relacionamento com a SES/DF", destacou a nota.


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