Inundação não impede visitações no Balneário Passo das Canoas, em Gravataí

Inundação não impede visitações no Balneário Passo das Canoas, em Gravataí

Enquanto isso, Guaíba em Porto Alegre voltou a registrar hoje marcas acima da cota de cheia

Felipe Faleiro

Cenário no balneário é radicalmente diferente do mesmo período de 2022

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As chuvas dos últimos dias têm elevado os níveis dos rios da Região Metropolitana, causando novamente preocupações aos moradores. O Guaíba, em Porto Alegre, voltou a superar a cota de cheia, de 1,80 metro, mesmo sem chuva, registrando na régua de medição no Cais Mauá, no Centro Histórico, a marca de 1,82 metro. Isto não ocorria desde a tarde do último dia 5, e é causado em grande medida pelas intensas precipitações nas áreas de seus afluentes.

No Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, na Região Metropolitana, a marca no início da tarde desta quarta-feira era de 4,47 metros, conforme a régua da Agência Nacional de Águas (ANA), elevação superior a 1,50 metro em quatro dias. Com o veraneio se aproximando cada vez mais, e as altas temperaturas já presentes, é comum que visitantes procurem o tradicional local buscando um refresco na sombra, ou mesmo uma pescaria.

A piracema, época de reprodução dos peixes, está em vigor desde o último dia 1º, porém não afeta a pesca de todas as espécies. “Mantemos aberto aqui, e as pessoas vêm, mas elas sabem que tomam banho por conta e risco”, afirma o administrador do balneário, Breno Duarte. Cerca de um ano atrás, o cenário era radicalmente diferente, com o solo rachado por conta da estiagem persistente havia três anos. 

Desta vez, o local tradicionalmente usado como estacionamento à margem do rio Gravataí está inundado. “Já vimos muita coisa aqui, inclusive neste ano, em que a enchente já foi maior”, conta Duarte. Hoje, segundo ele, a água estava cerca de quatro metros acima do nível normal, mas já havia chegado a 15 metros. “Está baixando. A água começou a subir em 4 de setembro e daí não normalizou mais. Entrou nas casas das pessoas”.

Embora com monitoramento constante por parte dos órgãos de aferição e meio ambiente, não há salva-vidas no balneário, considerando a grande procura pelo espaço. Outro risco é em relação à correnteza, que costuma ser forte na área. No entanto, há seis anos não são registrados afogamentos na área, segundo o administrado, com a experiência de quem já atua ali há mais de 50 anos. Neste ano, pela primeira vez, ainda conforme Duarte, as temidas palometas começaram a aparecer no balneário, redobrando ainda mais os cuidados. 

Entretanto, os dourados, seus predadores naturais, são frequentemente visados pelos pescadores locais, contribuindo para o aumento da população da espécie invasora. “Orientamos que eles peguem e soltem depois. Mas não adianta, as pessoas levam eles (dourados) embora”, lamenta Duarte. A alta do nível também foi verificada na medição da Corsan em Alvorada, com alta sustentada de 80 centímetros entre os dias 11 a 15.


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