Investigada a retirada de carga de álcool em gel em Canoas

Investigada a retirada de carga de álcool em gel em Canoas

Conforme a atual gestão do município, que encaminhou o caso à Polícia, os 342 litros teriam sido pegos irregularmente em um depósito da prefeitura

Stephany Sander

A retirada dos 684 frascos, de 500ml cada, ocorreu no ano passado

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A Polícia Civil de Canoas abriu investigação por suspeita de peculato, crime ocorrido quando funcionário público se apropria ou desvia bens públicos. A denúncia foi feita pela atual gestão após o ex-secretário adjunto de Licitações Cleber Brito fazer a devolução de 342 litros de álcool em gel, no último dia 12. A retirada dos 684 frascos, de 500 ml cada, teria ocorrido no ano passado, quando o material estava em um depósito da prefeitura.

Em um boletim de ocorrência, registrado em 23 de dezembro, a servidora que atuava na Central de Distribuição de Alimentos do município afirma que, no dia 15 do mesmo mês, um veículo com adesivos da prefeitura, dirigido por um funcionário da equipe de entrega de cestas básicas, teria se apropriado dos lotes de álcool gel, sem qualquer autorização. A corregedoria do município impediu a distribuição do produto, em razão da suspeita de uma servidora pública, que desconfiou da movimentação da mercadoria, denunciando aos órgãos fiscalizadores e registrando a ocorrência na polícia.

Segundo o atual titular da pasta da Cidadania, Paulo Bogado, o ex-secretário telefonou para informar que iria devolver o carregamento de álcool. “Imediatamente, informamos ao secretário de Segurança, ao delegado Emerson Wendy, bem como à Controladoria do Município, para tomar as devidas providências. Verificamos que a data de fabricação do álcool devolvido é de 2021, sendo que o comprado era de 2020. Não sabemos o que o ex-secretário de Licitações fez com o álcool que retirou, mas não é o mesmo produto”, explica Bogado.

A atual gestão ainda informa que outros 40 mil litros de álcool em gel estão armazenados desde novembro passado em um depósito, mas há suspeitas de que o produto esteja fora das especificações exigidas pelo Ministério da Saúde. A Procuradoria-Geral do Município contesta a veracidade do laudo técnico apresentado pela empresa fornecedora. A prefeitura enviou dois lotes do produto para análise técnica na Universidade Federal do Paraná e aguarda os laudos.

O outro lado 

Procurado pela reportagem, Cleber Brito não se manifestou. A assessoria de imprensa da antiga administração informou que houve um equívoco na ordem de distribuição dos itens e que, ao se perceber o erro, o item foi restituído a fim de não causar prejuízos aos cofres públicos.


Correio do Povo
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