Janeiro de 2024 tem recuo de 27,75% no acesso de turistas pela Ponte Internacional de Uruguaiana

Janeiro de 2024 tem recuo de 27,75% no acesso de turistas pela Ponte Internacional de Uruguaiana

A redução agrega uma série de fatores que geram desvantagens econômico-financeiras aos viajantes argentinos

Fred Marcovici

Argentinos voltando para casa formaram fila na Aduana de Paso de los Libres - cidade vizinha a Uruguaiana

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A Delegacia da Polícia Federal divulgou, nesta sexta-feira, o levantamento consolidado de entradas e saídas de turistas pela Ponte Internacional de Uruguaiana, durante o mês de janeiro de 2024.

Os índices confirmaram as projeções iniciais de recuo nos acessos de estrangeiros pela travessia.

As lideranças ligadas ao setor reiteraram que os números são resultado de ter havido perda de poder aquisitivo do outro lado da ponte, além da disparidade cambial, crise política, questões institucionais. Porém, não sacaram dos argentinos o ímpeto e desejo de viajar e aproveitar as férias dentro das possibilidades de cada cidadão.

De 1º a 31 de janeiro, ingressaram pela Ponte Internacional, que liga Uruguaiana a Paso de los Libres (AR), principal portal terrestre de acesso de viajantes ao país, 149.972 turistas contra 207.571 no mesmo período de 2023 – uma redução de 27,75% ou 57.599 “hermanos” em números absolutos.

Foram 94,43% de argentinos, brasileiros residentes na Argentina representaram 3,59% e ainda uruguaios, chilenos, paraguaios, bolivianos, venezuelanos, peruanos, italianos, colombianos entre outros.

No mesmo período retornaram para casa 112.016 turistas.

As redes hoteleira, gastronômica e comercial do município ressentiram-se da ausência e consequente força do consumo dos vizinhos.

Ainda assim, resta fevereiro e a grande aposta está fixada no Carnaval Fora de Época de Uruguaiana que acontece nos dias 29 de fevereiro, 1º e 2 de março próximo.

O perfil dos viajantes mudou de acordo com a situação enfrentada pelos grupos familiares.

Diminuição de dias de permanência e, principalmente, de gastos em todos os segmentos.

O litoral gaúcho e catarinense dividiu com Gramado e Canela, na Serra, o interesse das pessoas que queriam fugir da rotina e convenções do cotidiano.

O casal Diego e Romina Peña, de Goya – província de Corrientes, divisa com o Rio Grande do Sul, voltaram de oito dias de descanso na praia dos Ingleses em SC.

Ambos disseram que os preços praticados no litoral são muito caros se comparados com os de sua cidade de origem. “Os combustíveis valem o dobro em relação aos da Argentina”, salientam.

Alugaram um apartamento por R$ 3,5 mil e consideraram a alimentação tão cara quanto a gasolina. De qualquer forma não abriram mão da quarta vez no Brasil.

Já o professor José Luiz Elias e Sabrina, acompanhados por duas filhas, retornavam à província de Santa Cruz, após optarem por Gramado onde ficaram por quatro dias.

“Os preços são desalinhados em virtude de nossa inflação. Preferimos fazer compras em supermercado e cozinhar no apartamento que alugamos ou buscávamos fazer refeições em locais mais retirados por serem mais econômicos”, concluíram.​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895