Justiça dá prazo para o restabelecimento da energia elétrica em Arroio Grande

Justiça dá prazo para o restabelecimento da energia elétrica em Arroio Grande

A decisão, que atende a solicitação do Ministério Público dá 72 horas para a empresa restabelecer o serviço na zona rural

Angélica Silveira

Um grupo de moradores da zona rural protesta desde segunda-feira na sede da empresa na cidade

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Foi divulgada nesta quarta-feira, a decisão da Justiça, que atende um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul em ação civil coletiva, em caráter liminar, que a CEEE Equatorial reestabeleça o fornecimento de energia em toda a cidade de Arroio Grande. Os prazos são de 36 horas na zona urbana e 72 horas na zona rural. Caso a empresa não acate a determinação deverá pagar uma multa de R$ 15 mil por dia de atraso.

Conforme a promotora de Justiça Cristiane Maria Scholl Levien, que assina a ação, há 20 dias o fornecimento de energia não está sendo realizado plenamente, o que, consequentemente, afeta o abastecimento de água em algumas localidades. Além disso, a manutenção das necessidades básicas de vários usuários, tais como alimentação, higiene e saúde, está comprometida, não sendo razoável que a CEEE não tenha restabelecido totalmente o serviço de distribuição no município desde o temporal do último dia 20.

A decisão da Justiça local destaca que eventos de tal natureza têm ocorrido com certa frequência na região, e que o alerta do último temporal foi amplamente divulgado pela Defesa Civil, com isto caberia à concessionária ter se organizado previamente para atender a população com a maior brevidade possível.

Questionado se saberia informar o número de famílias que ainda estão com o problema, o prefeito Ivan Guevara disse que também busca esta informação de forma oficial. "É uma dúvida que tenho de tentar saber a situação. Tentei em Arroio Grande e também em Pelotas os pontos que ainda não tem luz e a empresa não soube informar. Também faremos o levantamento dos impactos econômicos para estas pessoas", garante. Ele diz que entende que com o vento ocorreu queda de árvores em fios e que foi colocada como prioridade arrumar as casas das mais de 150 famílias que tiveram suas residências destelhadas, mas que paralelo a isto segue em contato com a Equatorial e há muita discordância com relação aos números de pessoas sem luz. "As informações estão desencontradas. A empresa falhou em demitir os antigos funcionários que conheciam as redes e colocar pessoas que desconhecem os locais. Estamos há mais de 20 dias com pessoas sem luz e é lamentável que se tenha que apelar à justiça para que eles tentem resolver o problema", observa. Ele acredita que as famílias também devem receber indenização da empresa pelas perdas.

A pecuarista rural Valquíria Carvalho, seguia no protesto na sede da empresa na tarde desta quarta-feira, quando o grupo conversou com a gerencia de relacionamento ao cliente. "Eles falaram que não sairá as equipes de Arroio Grande sem o problema resolvido, mas ainda seguem vários pontos sem luz. Acreditamos que em torno de 50 somente na zona rural e a cada dia o nosso prejuízo aumenta mais ainda", relata. Ela conta que hoje (quarta-feira) o protesto na sede da empresa na cidade foi acompanhado pela Brigada Militar. "Hoje eles estavam assustados, tanto que chamaram a polícia e só não jogamos leite porque estamos aqui quando chegou o oficial de justiça", justifica.

Procurada, a CEEE Equatorial em nota disse que a empresa tomou conhecimento desta Ação Judicial no dia de hoje e que irá se manifestar apenas em juízo.


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