Laudo sobre demolição do Esqueletão de Porto Alegre será finalizado em até 60 dias

Laudo sobre demolição do Esqueletão de Porto Alegre será finalizado em até 60 dias

Secretário Cezar Schirmer avalia que será uma operação complexa, já que o prédio está localizado em uma região movimentada

Felipe Uhr

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Dois meses. Esse é o tempo em que devem ser finalizados os estudos necessários para embasar a demolição de um dos prédios mais icônicos de Porto Alegre: o edifício Galeria XV de Novembro, mais conhecido como Esqueletão.

A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre, Cezar Schirmer. “Nós contratamos uma empresa para fazer esse estudo técnico. Temos que saber se vamos implodir ou se vai demolir tijolo a tijolo”, explicou o secretário. Segundo Schirmer, a empresa que já presta serviços para o município, já começou esse estudo há 30 dias de um prazo total de 90. “Em torno de até 60 dias para a conclusão”, afirmou.

Erguido há quase sete décadas na rua Marechal Floriano Peixoto, no centro Histórico de Porto Alegre, o prédio que nunca foi concluído agora será demolido, depois de uma decisão judicial determinada nesta terça-feira pela 10ª Vara da Fazenda Pública, do Foro Central de Porto Alegre.

Além do método, o estudo irá definir também o custo de toda operação assim como os cuidados a serem utilizados durante a demolição. “O estudo é importante, porque vai nos dizer se tivermos que fechar as ruas. Vai dizer se o prédio do lado corre risco. Ele é a base”, detalhou Schirmer.


Segundo Schirmer, o custo de demolição seria inicialmente pago pela prefeitura e, depois, esse valor seria ressarcido pelos proprietários. Foto: Mauro Schaefer

Para o secretário, a demolição do antigo prédio deverá ser mais complexa que, por exemplo, o antigo edifício da Secretaria de Segurança Pública, implodido em fevereiro do ano passado, após ter sido destruído por um incêndio. "Ele (Esqueletão) está localizado em uma região de muita movimentação. Tem prédios encostados nele", lembrou.

Segundo Schirmer, o custo de demolição seria inicialmente pago pela prefeitura e, depois, esse valor seria ressarcido pelos proprietários. “Em tese, eles têm que pagar”, explica. Na avaliação do secretário, o terreno do Esqueletão ficaria para a prefeitura, em troca dos valores gastos com a demolição e laudos, já que isso seria de obrigação dos donos do imóvel, que inclusive devem pagamentos de IPTU ao município. “Eles têm dívidas com a prefeitura. Se os custos do terreno forem igual a esses custos, em tese sim (o terreno ficaria para o município)”.

Conforme Schirmer, a prefeitura irá fazer uma nova avaliação do valor do terreno. O Esqueletão possui uma centena de proprietários, muitos até desconhecidos, donos de lojas e apartamentos que nunca foram concluídos. Independentemente disso, Schirmer destaca que o mais importante já foi realizado. “A questão judicial está bem resolvida. O Esqueletão é um símbolo negativo e a sua demolição é o símbolo da revitalização do Centro Histórico”, ressalta.

Depois que o laudo for concluído, a prefeitura abrirá uma licitação para escolher a empresa que irá realizar a demolição do prédio. Não há prazo para o Esqueletão deixar de existir, mas o secretário fala em até o final da gestão de Sebastião Melo. “É difícil falar em prazo, mas esse é um desejo meu. Que ao menos até o fim do governo que a demolição tenha sido realizada ou pelo menos iniciada.”


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