Legislativo e comunidade de Canoas questionam PPP do Saneamento
Representantes da prefeitura prestaram esclarecimentos nesta semana sobre o projeto
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Paim acredita que, com a implantação da PPP, o município e a população só têm a ganhar. “Traz uma economia brutal no gasto com a saúde pública. Na área ambiental vai propor uma redução significativa de esgoto nos arroios e rios (cerca de 11 mil quilos por dia) e terceira questão é que a obra vai gerar muitos empregos diretos na cidade", afirma. Paim destaca que, em um período de 11 anos, Canoas passaria de 28% para 90% das residências contempladas com tratamento.
Entre os questionamentos do Legislativo estão a possibilidade de privatização do sistema, se o montante de arrecadação que Canoas oportuniza à companhia não poderia retornar em forma de investimento em saneamento, sem a necessidade de contratação de empresa privada, além do conhecimento da minuta do contrato, que permitiria uma análise mais técnica da proposta. Já o Sindiáguas destaca o possível aumento da tarifa à população. “Para qualquer sinal de dificuldade econômica, existe a cláusula do reequilíbrio fiscal. Ou seja, aumento da tarifa. Além disso, o que eles chamam de aditivo do contrato, viola a ética e a moralidade do regramento”, comenta o diretor do Sindicato, Rogério Ferraz.
O modelo da PPP do Saneamento prevê a implantação do novo sistema de gestão em nove municípios – Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Eldorado do Sul, Gravataí, Guaíba, Sapucaia do Sul e Viamão -, uma área onde há 1,5 milhões de habitantese compreende os rios do Sinos e o Gravataí. A modalidade é a concessão administrativa com prazo de vigência de 35 anos e o valor do contrato é de R$ 9,4 bilhões. Com exceção de Canoas, os demais municípios já aprovaram a parceria.
O que diz a Corsan
Sobre afirmação de manobra de privatização do sistema, a Corsan informou que a proposta encaminhada ao Executivo municipal é clara e trata de operação e manutenção dos sistemas de esgotamento sanitário, com execução de obras de infraestrutura, ampliações e melhorias, com prazo de concessão de 35 anos e meta de universalização dos serviços em até 11 anos. Em relação à tarifa, a companhia esclarece que os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como suas tarifas, são regulados por agências de serviços e que não sofrerá impactos.
O serviço de coleta e tratamento de esgotos é cobrado na conta de água, representando 70% do valor do preço do metro cúbico da água. E assim deve continuar, afirma a Corsan. Em Canoas, assim como em Esteio e Sapucaia do Sul, a Corsan destaca que as tarifas são definidas pela Agência Pró-Sinos, vinculada ao consórcio. A companhia esclarece ainda que a busca é por contratar "um parceiro privado que vai gerenciar o conjunto de atividades que envolve a complementação das obras de esgotamento sanitário e a operação dos serviços, contribuindo para mais agilidade e eficiência no processo." A Corsan lembra que a implantação da infraestrutura definidos pelo Plano Municipal de Saneamento Básico de Canoas preveem a universalização para 2034 e pretende atender a meta.