Lenda indígena é contada pela arte do grafite no viaduto Obirici, em Porto Alegre

Lenda indígena é contada pela arte do grafite no viaduto Obirici, em Porto Alegre

O artista Erick Citron está trazendo à vida a lenda indígena que dá nome ao viaduto e a revitalização está sendo executada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos

Paula Maia

Os murais retratam a história da índia Obirici em três fases

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Os pilares do Viaduto Obirici, um marco emblemático no cruzamento das avenidas Assis Brasil e Plínio Brasil Milano, no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, estão passando por uma transformação visual graças à arte do grafite.

O artista Erick Citron está trazendo à vida a lenda indígena Obirici, que dá nome ao viaduto. E a revitalização do local está sendo executada pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb). O trabalho começou em setembro do ano passado, com a limpeza da estrutura, pequenos reparos e substituição das juntas de dilatação.

Após a conclusão das pinturas, a SMSUrb ficará responsável pela aplicação de verniz antipichação na parte inferior do viaduto. A previsão é que todo o processo esteja finalizado até o final de março, proporcionando à população um espaço renovado, além de uma conexão mais significativa entre a comunidade e seu patrimônio local.

Citron é artista grafiteiro há mais de duas décadas. Diversos murais espalhados pela capital têm a sua assinatura que tem como característica o uso de personagens em um estilo mais realista. Ele está tocando esse trabalho há quase um mês e conta com a assistência do artista Tiago Ravi. Citron afirma que a comunidade local está entusiasmada com a revitalização e o resgate da história e cultura indígena através da arte urbana.

O artista explicou que os murais retratam a história da índia em três fases: sua infância na floresta, sua conexão com a natureza na fase adulta e sua força guerreira.

"A ideia foi contar um pouco a história dela pequena, com os índios, com os amiguinhos na floresta. Depois ela em uma fase mais média, uma imagem com o pôr do sol e uma arara ao lado. Ela meditando, agradecendo, fazendo referência à natureza. E a outra, ela mais adulta, mais guerreira, saindo da floresta e do rio que é formado com as lágrimas dela. Ela sai desse rio com uma lança”, explicou.

O secretário de Serviços Urbanos Marcos Felipi Garcia destaca a importância dessas intervenções, que não apenas revitalizam as estruturas, mas também enriquecem a narrativa histórica e cultural da cidade.

“Temos um olhar especial para estes espaços. Não apenas revitalizamos as estruturas, mas a história e a conexão com as pessoas, levando mais arte, vida e pertencimento. Hoje, já são cinco revitalizados e seguimos trabalhando em mais dois, no Obirici e no Mendes Ribeiro”, destacou o secretário.

Além disso, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) está avaliando um projeto de recuperação do lago adjacente à estátua em homenagem à Obirici, uma medida importante para proteger esse local frequentemente alvo de atos de vandalismo.


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