Liberada circulação de veículos na maior rótula de Porto Alegre

Foi liberada na manhã desta segunda-feira a circulação de veículos na maior rotatória de Porto Alegre, com mais de cem metros de diâmetro no trecho entre as avenidas Gastão Haslocher Mazeron, Moab Caldas e Silva Paes, bairro Santa Tereza, zona Sul de Porto Alegre. As obras são integrantes do complexo da avenida Tronco, obra da Copa do Mundo de 2014 e que está avançando em outras frentes.

O local está “bastante adiantado”, segundo o secretário municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), André Flores. Ele e agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) estiveram na área acompanhando a retirada dos blocos que bloqueavam, por exemplo, a saída da rótula em direção à Gastão Mazeron, e a ativação de semáforos como na Sepé Tiarajú, na entrada da Vila dos Comerciários, cujos moradores e comerciantes aguardavam havia dois anos a liberação da via.

Eles, inclusive, promoveram de forma espontânea a varrição da rua e a retirada de veículos abandonados da via, que, antes, bloqueavam o fluxo no local. “Ninguém passava por aqui antes, então agora é algo positivo para nós. Vamos ver como será o futuro”, afirmou o aposentado Geraldo Honório da Silva, morador da Sepé Tiarajú. Já Paulo Nagera tem um comércio de motos na via, e criticou a morosidade nos trabalhos. 

“Era para durar quatro meses, e agora estão liberando. Meu negócio depende muito de as pessoas passarem aqui na frente, verem os modelos e nos ligarem querendo conhecê-los. Só não quebrei pois tenho muitos clientes fiéis”, afirmou Nagera. A partir de agora, a circulação está livre para ingresso na avenida Niterói (via Moab Caldas e rótula), nos dois sentidos da Sepé Tiarajú, no sentido norte da Gastão Mazeron e Professor Clemente Pinto, que, por sua vez, somente tem acesso local via Silva Paes.

Também é possível chegar à rótula via ruas Mariano de Matos e Cruzeiro do Sul. Continua em obras o sentido sul da Gastão Mazeron, impedindo, por exemplo, o fluxo a partir desta em direção à rotatória. “Aqui é o ponto de encontro, digamos que seja o ‘centro nervoso’ da obra, onde todas estas intervenções se encontram. Já estamos ligando a Mariano de Matos à Carlos Barbosa, diminuindo o número de desvios aqui na região e deixando a obra com cara de como ela vai ficar na formulação definitiva”, observou o secretário Flores.

De acordo com ele, a expectativa é concluir a totalidade das obras da Tronco até o final do ano. “Pretendemos até liberar antes. Temos um trecho de cerca de 80 metros entre a Clemente Pinto e a rua General Gomes Carneiro, que é o último a ficar pronto, e quando ser concluído, o tráfego será totalmente liberado”, afirmou o titular da Smoi. Neste ponto, a avenida Silva Paes, que liga à avenida Teresópolis, também tem obras nos dois sentidos do corredor de ônibus.

Como estão as obras da Copa de 2014

Dentre as 21 obras totais da Copa do Mundo disputada no Brasil há nove anos, três estão ainda em andamento: a primeira é a própria Tronco, entre a Icaraí e o entroncamento da Perimetral com a avenida Teresópolis, dos quais 50% já havia sido executada antes do mandato do prefeito Sebastião Melo. “Nunca houve um ritmo tão grande na execução da obra como nesta gestão”, pontua o secretário.

Em junho de 2022, o painel de transparência das obras públicas da Prefeitura de Porto Alegre informava que os trechos 1 e 2 estavam 52% prontos, e 36,1% dos R$ 49,5 milhões previstos haviam sido investidos. Mais de um ano depois, o segmento avançou para 55,8% do total concluído, e 49,1% investido de R$ 48,4 milhões previstos. Já os trechos 3 e 4 da via estavam, na metade do ano passado, 70% prontas e 49,2% haviam sido investidos de R$ 74,5 milhões previstos. Agora, o painel da transparência da Smoi exibe 80,8% de conclusão e foram investidos 64,9% da previsão de R$ 74 milhões. 

Além desta, há mais duas obras no conjunto ainda em andamento: a ampliação da avenida Severo Dullius, no bairro Sarandi, na zona Norte, e que deve ter liberação do tráfego nos próximos 30 dias, promete o secretário. A outra é o viaduto da avenida Plínio Brasil Milano, cujo projeto terá de ser “requalificado”, nas palavras de Flores. “Ele (projeto) existe e está correto, mas precisa ser melhor elaborado justamente para que não haja tanta demora que não seja corrigida ao longo da execução”.