Limpeza de espelho d'água do Largo dos Açorianos causa preocupação com peixes em Porto Alegre
De acordo com a prefeitura, o espaço não foi projetado para receber peixes, que foram remanejados para o outro açude do largo
publicidade
Nos últimos dias, a moradora Valéria Chaves tem passeado com seu cachorro pelo Largo dos Açorianos e relatado a falta de cuidado com os peixes durante os trabalhos de limpeza do espelho d’água do espaço. Ela conta que, para limparem o local, o tratamento adequado aos animais não está sendo feito da melhor forma possível, com os peixes sendo retirados com baldes. “Acredito que muitos deles não sobrevivem. Esses dias, vi algumas pessoas levando peixes em uma sacola de lixo, pegando com a mão. Foi bizarro”, relatou.
No final de semana, ainda haviam alguns peixes no local, enquanto uma equipe da empresa contratada realizava a retirada de resíduos do fundo do espelho. Como apenas uma pequena lâmina de água, alguns ainda conseguiam nadar, enquanto outros apresentavam mais dificuldade para se locomover, ficando com parte do corpo para fora. Conforme um dos colaboradores, os poucos peixes que seguiam no espelho d’água eram levados para o outro açude que fica no largo.
Nesta terça-feira, a equipe finalizou e etapa de secagem do espelho d’água. Cerca de 250 peixes foram retirados do local e levados para açudes apropriados, de acordo com a Prefeitura. O outro açude do Largo dos Açorianos também será esvaziado para a limpeza das paredes laterais com escovas e hidrojateamento. No lado inferior, estima-se que outros 200 peixes serão removidos.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), manutenção do espaço iniciou em dezembro de 2023, com investimento de R$ 36.402,17 a partir de uma contrapartida a empreendimentos no bairro Rio Branco. Além disso, a pasta informa que este tipo de manutenção será realizada anualmente e de forma preventiva, em função do acúmulo de matéria orgânica no fundo do espelho d’água.
“A Smamus destaca que o lago não foi projetado para receber peixes, pois possui apenas uma lâmina de água de quarenta e cinco centímetros de altura e os animais que ali se encontram foram colocados pela população. Tratam-se principalmente de carpas e tilápias, espécies invasoras, as quais estão sendo manejadas para açudes com condições apropriadas. A previsão é de que os trabalhos estejam concluídos até o final do mês de fevereiro”, completou a pasta em nota.
