Médico do Ministério da Saúde alerta para baixa procura por tratamento de HIV no RS

Médico do Ministério da Saúde alerta para baixa procura por tratamento de HIV no RS

Profissional participou de audiência pública sobre o tema na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa.

Kyane Sutelo

Representante do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, apresentando dados sobre HIV durante a audiência pública.

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O Rio Grande do Sul ainda figura entre os 5 estados com maiores índices de HIV, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2022, sendo Porto Alegre a segunda capital no ranking.

 "É fundamental ampliar o diagnóstico”, afirmou o diretor do Departamento de Vigilância de IST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Draurio Barreira, durante audiência pública sobre o tema na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, da Assembleia Legislativa gaúcha.

O médico demonstrou preocupação com a estabilização dos dados em altas taxas de contaminação e morte por HIV. A baixa procura pelo tratamento conhecido como PREP, a Profilaxia Pré-Exposição, também foi apontada pelos dados do representante do Ministério da Saúde. Segundo Barreira o Estado tem 11% de casos de HIV do país e apenas 5% de uso de PrEP. Outro problema trazido pelo médico é a pouca frequência de busca pela Terapia Antirretroviral.

Membros de ONGs ligadas à causa apresentaram vivências e cobraram maior envolvimento político dos governos estadual e municipais, da Capital e interior. “Essa epidemia é um reflexo do descompromisso político das gestões municipais e estaduais em enfrentar as ações que a gente tem”, disse Carla Almeida, representante do Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (Gapa).

O governo do Estado e a prefeitura de Porto Alegre enviaram representantes técnicas à reunião, que afirmaram abertura ao diálogo. A representante do governo gaúcho, Letícia Ikeda, afirmou que houve uma descentralização do atendimento para HIV em 2013 e que a atual gestão pretende reforçar os espaços especializados. No caso da Capital, a representante, Daila Raenck, pediu que os parceiros conversem com o município para delimitar os territórios prioritários.

Os proponentes do encontro  foram os deputados Leonel Radde (PT), Laura Sito (PT) e Luciana Genro (PSOL).


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