Música alta, lixo e insegurança preocupam moradores do bairro Rio Branco, em Porto Alegre

Música alta, lixo e insegurança preocupam moradores do bairro Rio Branco, em Porto Alegre

De acordo com depoimentos, o problema está devido ao aglomerado de pessoas que frequentam alguns bares, principalmente da rua Miguel Tostes.

Paula Maia

O vereador Pablo Melo intermediou a reunião na Câmara Municipal com representantes de órgãos de segurança, mobilidade urbana, limpeza e procuradoria geral do município com o objetivo de discutir e buscar soluções para os problemas enfrentados no local.

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Música alta, lixo na rua, venda de drogas, dificuldade de mobilidade e falta de segurança são alguns dos registros dos moradores do Rio Branco, em Porto Alegre. Eles alegam que essa série de problemas é a realidade atual do bairro. Em resposta a essa situação, o vereador Pablo Melo intermediou uma reunião, nesta segunda-feira, na Câmara Municipal com representantes de órgãos de segurança, Procuradoria-Geral do Município, mobilidade e limpeza urbana, com o objetivo de discutir e buscar soluções para os problemas enfrentados no local.

O vereador Pablo Melo afirmou que tem recebido muitas reclamações e vídeos da população local. “É importante que a comunidade mostre o problema e que a população saiba o que está acontecendo. O governo é de liberdade econômica, mas existem regras”, declarou. O vereador acredita que a partir desse fórum serão discutidas ações e soluções de forma conjunta para evitar danos maiores e para que exista harmonia entre os empreendedores e a vizinhança. 

Maristela Masera é moradora do bairro há 12 anos e relata que a situação atual teve início em julho do ano passado com a chegada de um novo bar na região. Segundo ela, o barulho alto é constante, emitido pelas janelas do estabelecimento, e que o local não tem infraestrutura suficiente para atender os clientes, o que acaba gerando uma invasão das ruas, interrompendo as passagens de veículos, causando tumultos e transtornos.

De acordo com moradores, o barulho persiste de terça a sábado, prejudicando o descanso e até mesmo afetando o desempenho dos alunos que têm dificuldades para estudar. Maristela e outros vizinhos tomaram medidas adicionais, como registros no serviço 156 e conversas com órgãos competentes, além de coletarem assinaturas para um abaixo-assinado que foi encaminhado ao Ministério Público. No entanto, até o momento, não obtiveram retorno em relação às medidas tomadas.

Miguel é síndico de um prédio e morador do bairro há 12 anos. Ele destacou que nunca havia enfrentado problemas desse tipo antes, ressaltando que a situação atual ultrapassou os limites. Fernanda, moradora do bairro há dois anos afirmou que acompanhou o processo de abertura dos novos bares na região e destacou o contraste entre esses estabelecimentos e os tradicionais do bairro, que sempre respeitaram as normas. Ela mencionou que chegou a medir o nível de ruído em seu quarto, alcançando 86 decibéis.

Vera Maria, moradora do bairro há 46 anos, expressou profunda insatisfação com a situação, relatando que os moradores se sentem ameaçados. Ela ressaltou que não é possível assistir televisão ou receber amigos dentro de casa devido ao incômodo gerado pelo barulho. Além das pessoas usarem a via pública como banheiro.

A vereadora comandante Nádia também participou do encontro e afirmou que acredita que ações integradas são necessárias para resolver o problema e sugeriu que o Ministério Público faça um termo de ajustamento de conduta.

O secretário municipal de segurança, Alexandre Augusto Aragon, afirmou que existem ações programadas com a integração de diferentes secretarias municipais. O secretário adjunto da pasta Luís Zottis declarou que viu o problema do bairro crescer e garante que todas as ações realizadas no local foram executadas de forma ordeira e respeitadora. Alegando que o trabalho é realizado dentro da legalidade e cautela. E destacou as ações efetuadas com a integração da equipe da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), da Empresa Pública de Transporte e Circulação e Polícia Civil.

A capitã Roberta Drose Pires, do 9º Batalhão de Brigada Militar, ressaltou a importância dos registros no 190. E afirmou que os moradores também podem mandar vídeos e relatos pelos grupos nos aplicativos de mensagens com o Batalhão que atende o bairro.

O procurador Eduardo Garcez ressaltou que a Procuradoria-Geral do Município atua no suporte jurídico necessário para que as ações sejam executadas. E a representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Júlia Tavares, ressaltou que os alvarás precisam ser respeitado. Ela também comentou sobre Lei da Liberdade econômica e que os empreendimentos que não respeitarem seus alvarás serão multados.

Nos encaminhamentos finais, o vereador Pablo Melo informou que vai entrar em contato com o Ministério Público e com a prefeitura e que, dentro de sete dias, vai dar um retorno aos representantes do bairro sobre os possíveis seguimentos.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895