Maio pode trazer novidades nas negociações sobre lotações em Porto Alegre, diz associação

Maio pode trazer novidades nas negociações sobre lotações em Porto Alegre, diz associação

ATL busca subsídios para manter operação do sistema, porém Executivo rejeita possibilidade

Felipe Faleiro

200 veículos já deixaram de operar na Capital pela falta de subsídios, diz ATL

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Por ora, não haverá mudanças no funcionamento do transporte seletivo de Porto Alegre, mas as discussões sobre a viabilidade do sistema estão em andamento. De acordo com o presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL), Magnus Isse, novidades podem surgir no começo de maio, à medida que avançam as discussões com a Prefeitura. “Ainda não temos nenhuma informação oficial por enquanto”, afirmou Isse.

O segmento vive uma crise, com o congelamento da tarifa em R$ 8 desde 2022, com a havido redução no número de passageiros e aumento nos custos gerais. A ATL busca subsídios para manter o serviço, algo rejeitado pelo governo municipal, que considera, por sua vez, a isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) por um período de dois anos, ante uma alíquota anterior de 2,5%, como uma medida adequada para melhorar o sistema.

Um eventual aumento na passagem das lotações pode não resolver a situação, conforme já havia considerado o presidente, e poderia, inclusive, afastar mais usuários do transporte seletivo, fazendo-os migrar para os ônibus. A associação também havia argumentado no mês passado que cerca de 200 veículos haviam deixado de operar na Capital em razão da falta dos subsídios. O assunto vem sendo tratado em uma Câmara de Mediação especializada no Tribunal de Justiça do RS (TJRS).

O encarecimento do serviço é justificado, por exemplo, pelo preço do óleo diesel, ainda que os preços do combustível desde janeiro deste ano tenham se mantido relativamente estáveis. Em 1º de janeiro deste ano, o governo federal retomou a cobrança das alíquotas cheias do PIS/Cofins sobre os combustíveis. No entanto, quanto aos impostos estaduais, que segundo a Petrobras representam no Rio Grande do Sul 17,6% do preço médio do litro, não houve reajuste no percentual.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) disse que “está em diálogo constante com a ATL com o objetivo de encontrar soluções para que o serviço siga operando”. A secretaria também argumentou que “o transporte seletivo é um serviço muito importante, porém tem total independência para operar”, e que não é possível o subsídio solicitado pela associação de lotações, em razão da diferença de modelo em relação ao transporte coletivo.


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