Mais da metade dos táxis de Porto Alegre já é da cor branca, afirma EPTC

Mais da metade dos táxis de Porto Alegre já é da cor branca, afirma EPTC

Mais de três anos após lei complementar que estabeleceu condições de troca da coloração, assunto ainda divide opiniões

Felipe Faleiro

Capital tem exatamente 3.494 veículos atuando como táxis

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Pouco mais da metade da frota de táxis de Porto Alegre já é da cor branca, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). São 1.852 veículos de um total de 3.494, ou 53%. A chamada Lei Geral dos Táxis, que modificou a regulação dos serviços na Capital, é de junho de 2018, e a lei complementar que estabeleceu o branco na coloração dos veículos, em substituição ao vermelho-ibérico atual, e determinou as condições de troca, é de março de 2020.

Ainda hoje o assunto divide opiniões entre os profissionais, havendo quem goste da alteração, enquanto outros acreditam que isto pode descaracterizar o serviço. “Acredito que 90% da população aprove o branco. Fica mais bonito e algo até mais padronizado. Pela estética, acredito que seja válido”, comenta o taxista Adão Carlos Casemiro, que atua na função há 34 anos no ponto no início da avenida Borges de Medeiros, junto a Praça XV, no Centro Histórico. 

O colega de profissão Marco Aurélio dos Santos, taxista há 26 anos, discorda. “Quando alteraram as cores, primeiro mudou no aeroporto, e a tarifa era mais alta. Com o tempo, baixou. Mas até hoje pessoas de idade perguntam se o preço do táxi branco é mais caro”, argumenta. Ainda segundo ele, no branco, a poeira fica mais visível, o que pode afastar usuários em potencial. Já o permissionário Vilmar Santos, profissional de táxi há 25 anos, fica “em cima do muro”.

“Acho indiferente, contanto que tenhamos boas condições de trabalho”, afirmou. A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi). Em dezembro de 2019, a frota branca de táxis na Capital representava um a cada cinco veículos, ou 667 do total de 3.817. Embora tenha havido uma redução da quantidade de veículos prestadores deste serviço de lá para cá, a EPTC afirma que houve uma qualificação do serviço e da categoria, com “muitos carros novos, sempre vistoriados” e motoristas com “ficha criminal limpa e exame toxicológico”. 

Ainda segundo o órgão, desde janeiro de 2022, ingressaram na frota de táxis 635 veículos zero-quilômetro, dos quais 268 foram fabricados em 2023 e 367 no ano passado. Doze são carros híbridos, ou seja, funcionam com motores elétricos e a combustão. Pela legislação municipal, a troca do táxi está condicionada à vida útil do carro para o serviço, que é de dez anos. Portanto, à medida que há o fim do prazo, quem tem o táxi vermelho-ibérico precisa trocar para o branco. A EPTC estima que toda a frota da cidade será branca até 2029, próximo dos dez anos de promulgação da lei.


Correio do Povo
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