Mais de quatro mil moradores seguem atingidos pelas enchentes em Alvorada

Mais de quatro mil moradores seguem atingidos pelas enchentes em Alvorada

Número se refere a 1.027 residências nos bairros Americana, Nova Americana, Cedro e Onze de Abril

Felipe Faleiro

Habitantes do bairro Americana foram os mais afetados pelas enchentes

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Alvorada, na Região Metropolitana, tem mais de quatro mil pessoas atingidas pelas enchentes iniciadas há 15 dias, correspondentes a 1.027 residências contabilizadas nos bairros Americana, Nova Americana, Cedro e Onze de Abril embaixo d’água, segundo o secretário Municipal de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (SMTASC), Alexandre Lobão. Muitas destas também estão sem serviço de energia elétrica. A chuva desta sexta-feira redobrou a preocupação dos habitantes, muitos dos quais haviam já iniciado a limpeza de suas residências.

A moradora Maria Eloí Nunes de Oliveira Brito, 65 anos, que vive na rua Marquês do Pombal, no Americana, disse que teve uma crise de asma inédita nesta semana, e havia buscado remédios no posto de saúde da localidade. “Com certeza foi por causa da ansiedade dessa chuvarada”, disse ela. Na casa de Maria, vive também sua filha, que fez cirurgia recentemente e está acamada, mais três netos, dos quais uma delas, de 19 anos de idade, não consegue voltar para casa e permanece na casa de uma amiga no mesmo município.

Não distante dali, o desempregado André Farias estava varrendo a água com sujeira da frente de sua residência na manhã de hoje. “É um ato meio em vão, porém se não fizer isso, vai entrar mais”, observou. Os habitantes destas áreas contam que a água do arroio Feijó e do rio Gravataí subiu muito rapidamente, além do que havia sido nos últimos dias. A SMTASC montou uma estrutura provisória no bairro, com doações de café da manhã e almoço aos moradores, além de ração aos animais, entregues de barco, e ainda transporte com uma retroescavadeira. 

Ainda estão sendo entregues atestados de trabalho e escola a quem necessita. Conforme Lobão, apesar do alto número de pessoas atingidas pela enchente, a estrutura montada pela Prefeitura no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Cedro, na mesma região, recebeu apenas 12 pessoas. “O município está assistindo as famílias nestas situações. Distribuímos paletes, fizemos mais de 200 retiradas de pessoas de residências e encaminhamos a locais seguros, como casas de parentes e familiares. Esta é uma área histórica de enchentes”, afirmou o secretário.

Quanto à luz, o assunto está com a CEEE Equatorial, que, segundo ele, tem gerência para decidir sobre os desligamentos. Nos próximos dias, a previsão de mais chuvas preocupa também a Administração. “São previstos mais de cem milímetros, e esperamos que esta chuva seja distribuída em vários dias. Vamos manter esta unidade móvel aqui e aguardar que a água baixe”, prosseguiu. A sede do Executivo está recebendo também doações de alimentos, roupas, cobertores, itens de higiene pessoal e materiais de limpeza.


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