Maquiné tem cerca de 300 famílias ilhadas, estima secretária de Assistência Social

Maquiné tem cerca de 300 famílias ilhadas, estima secretária de Assistência Social

Executivo municipal não tem o número exato e situação das pessoas devido à falta de acesso a regiões ligadas à Barra do Ouro

Kyane Sutelo

Executivo municipal não tem o número exato e situação das pessoas devido à falta de acesso a regiões ligadas à Barra do Ouro

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O município de Maquiné, no Litoral Norte, ainda tem cerca de 300 famílias isoladas em localidades como Garapia e Forqueta, que possuem cachoeiras famosas no turismo local. A passagem do distrito Barra do Ouro para essas localidades foi totalmente interrompida, com a queda de uma ponte e transbordo de barragens. 

"Um helicóptero conseguiu largar lá gasolina porque tem pessoas que têm geradores. Eles estão sem luz e não têm sinal", detalhou a secretária de Assistência Social e Habitação, Eliane Pioner. Teriam sido levados também medicamentos. A secretária não tem ideia de quando conseguirão acesso aos ilhados. "Estamos esperando o rio baixar, que daí dá pra passar de Jipe", explicou.

No salão paroquial da igreja Santo André Avelino, foram abrigadas cerca de 50 famílias na noite em que o ciclone passou. Neste sábado, o espaço era utilizado para receber e fazer a triagem de doações à quem perdeu pertences. No momento, inclusive, a secretária destaca que não necessitam mais de doações de roupas e sapatos. Ela pede que, quem puder, doe móveis e eletrodomésticos.

Entre as pessoas que buscavam doações no salão da igreja estava Marco Aurélio de Brito Pereira, que mora na região da Beira-Rio e perdeu quase todos os bens. "Tudo que eu tinha lá, eu perdi. Sobrou só o fogão e o botijão de gás", disse ele, enquanto carregava um colchão doado até o carro de uma voluntária, junto a outros itens. O pintor disse que nunca tinha visto cenário parecido. "Dessa vez foi terrível", afirmou.

O município ainda teve três mortes confirmadas pela Defesa Civil estadual. Conforme a secretária municipal, todos seriam da mesma família: uma professora, o seu marido e também mãe dela. Eles moravam no bairro Mundo Novo, que sofreu com deslizamentos. Para se reestruturar, Eliane defende que será preciso apoio. "A gente conta muito com os governos federal e do Estado, porque foram muitos os estragos", afirmou.


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