Marinha presta homenagem a militares em Rio Grande

Marinha presta homenagem a militares em Rio Grande

Restos mortais de participantes da Batalha do Riachuelo foram transladados nesta segunda-feira

Angélica Silveira

Cerimônia fez parte do 153º aniversário da batalha ocorrida em 1865

publicidade

Autoridades acompanharam nesta segunda-feira a transferência dos restos mortais do comandante Felinto Perry e do almirante Joaquim Francisco de Abreu para a sede do Comando do 5º Distrito Naval. Foram transferidos também os restos mortais de Pulcena Dias, mãe do Imperial Marinheiro Marcílio Dias. A cerimônia foi realizada como parte da programação do 153º Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida em 11 de junho de 1865, durante a Guerra da Tríplice Aliança, e considerada uma das mais importantes batalhas da história das Forças Armadas Brasileiras. A transferência visa a preservar a memória dos dois militares, que participaram da Batalha do Riachuelo.

Os restos mortais do almirante Abreu e do comandante Felinto Perry estavam no Cemitério Católico de Rio Grande. Já o corpo de Pulcena Dias estava sepultado junto ao monumento em homenagem ao marinheiro Marcílio Dias, na Praça Marinha do Brasil, também em Rio Grande.

O translado ocorreu em duas etapas. A primeira foi no domingo, quando ocorreu a transferência para a Catedral de São Pedro, onde houve vigília até a manhã desta segunda-feira. Depois, os restos mortais foram levados ao destino final, as instalações do Comando do 5º Distrito Naval, em uma área rodeada de centenárias figueiras e onde se encontram os túmulos do almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marques de Tamandaré e Patrono da Marinha do Brasil, e de sua esposa, Maria Eufrásia Lisboa. Após a cerimônia, houve outra solenidade alusiva ao aniversário da Batalha do Riachuelo.

O almirante Joaquim Francisco de Abreu nasceu em Rio Grande, em 13 de março de 1836. Ingressou na Marinha em 1851. Durante a Batalha Naval do Riachuelo, o almirante era o Comandante da Corveta Belmonte, navio que foi alvo de ataque de artilharia. Mesmo ferido, ele encalhou a embarcação para ser consertada e poder seguir no combate.

Nascido em Rio Grande, em 16 de janeiro de 1844, Felinto Perry tornou-se Guarda-Marinha em 1864. Neste mesmo ano, passou a integrar a tripulação da canhoneira “Mearim”, na qual participou da Batalha do Riachuelo, em 11 de junho 1865. Na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, atuou como administrador da Barra, tendo se destacado no controle das entradas e saídas dos navios. Também atuou no salvamento de tripulantes em naufrágios.

Pulcena Dias entrou para a história como a mãe do Imperial Marinheiro Marcílio Dias. Em 1855, a lavadeira foi presa injustamente e, preocupada com o filho durante seu período no cárcere, pediu que entregassem Marcílio Dias à escola de Grumetes no Rio de Janeiro. Em 27 1856, ela foi libertada. Faleceu, aos 68 anos de idade, 20 dias antes da Batalha Naval do Riachuelo, da qual participou seu filho.

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895