Medição no rio Gravataí atinge menor nível do ano e amplia preocupação com estiagem

Medição no rio Gravataí atinge menor nível do ano e amplia preocupação com estiagem

Régua no popular Balneário Passo das Canoas alcançou 47 centímetros nesta quinta-feira, e segue em queda

Felipe Faleiro

Rio Gravataí na região do bairro Mato Alto, em Gravataí, também sofre com a seca

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Continuam preocupantes as situações de dois dos mais importantes mananciais da região Metropolitana, o Guaíba e o rio Gravataí. Neste último, no final de ontem, a régua de medição marcava dois centímetros na lâmina de água, valor ainda considerado crítico, e que causa, desde o último dia 24 de dezembro, a suspensão da captação aos produtores rurais locais. As informações são do Boletim de Estiagem da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí.

No Balneário Passo das Canoas, próximo à ERS-118, frequentado por banhistas todos os finais de semana, em Gravataí, o nível da água continua recuando de forma rápida. A régua da Sema aponta que nesta quinta-feira a medição alcançou 47 centímetros, o mais baixo do ano até o momento, e confirmando a queda de um centímetro a cada cinco ou seis horas, verificado desde o último domingo, ao menos. A garoa fraca da quarta não adiantou para que houvesse elevação da cota do local.

Já na régua do Cais Mauá, no Guaíba, em Porto Alegre, o nível continua oscilante, e marcava 53 centímetros na manhã de hoje, pouco acima dos 47 centímetros da média histórica normal para o mês de janeiro, conforme dados da MetSul Meteorologia. Ambas as medições são mantidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Conforme pontuado por especialistas, o vento e as correntes podem interferir nos fluxos de água que permanecem no Guaíba e se dirigem na sequência à Lagoa dos Patos.

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) afirma que não há, atualmente, impactos pela estiagem na Capital, e o abastecimento está dentro da normalidade. Também na quarta-feira, a Prefeitura de Gravataí informou que as águas de quatro bicas públicas localizadas na zona urbana estão impróprias para o consumo, após análise realizada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). São elas a Bica Barnabé, na rua José do Patrocínio, a Bica Morada do Vale, na rua Afonso Alves, Bica Vera Cruz, na rua Maceió, e a Bica Castelo Branco, na rua Ibirapuitã.

Em meio à constante ameaça de níveis do rio Gravataí zerados, a Administração afirma que os laudos apontam a presença da bactéria Escherichia coli nas bicas. A mesma é causadora de doenças como infecções urinárias, diarreia, colite hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica. Os lugares serão isolados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Bem-Estar Animal, e placas serão instaladas na área para informar a população a respeito desta decisão.


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