Melo assina início de obra no Parcão e cobra "responsabilidade" de usuários com o espaço

Melo assina início de obra no Parcão e cobra "responsabilidade" de usuários com o espaço

Obra de revitalização do lago do Parque Moinhos de Vento inicia na próxima semana

Kyane Sutelo

Lago passou por estudos no último ano para avaliar a melhor abordagem de revitalização.

publicidade

O governo municipal, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), assinou, nesta sexta-feira, a ordem de início das obras de revitalização do lago do Parque Moinhos de Vento, o Parcão, em Porto Alegre. A intenção com os trabalhos é proporcionar melhores condições à fauna do lago e revitalizar o entorno com intervenções paisagísticas. As obras se iniciam nas próximas semanas, com bloqueio do estacionamento da rua Comendador Caminha, para instalação do maquinário. A previsão é de que as obras durem 7 meses e o espaço seja entregue revitalizado ainda neste ano.

A obra, de cerca de R$ 2,7 milhões, é uma contrapartida da Melnick Even Coqueiro Empreendimento Imobiliário Ltda para a aquisição de índices construtivos necessários para a implantação do empreendimento na avenida Nilo Peçanha. A empresa contratada realizará no lago o desassoreamento, sistemas de drenagem, paisagismo, gerenciamento e educação ambiental e manejo da fauna e flora.

O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, esteve presente na cerimônia de autorização para o início dos trabalhos no lago, assim como secretários do governo municipal e vereadores da Capital. Nesta sexta-feira também foram entregues melhorias em um dos espaços de recreação infantil do parque, com área de 345,4 m², piso emborrachado, diversos brinquedos e mais de 700 mudas de plantas. O investimento foi de R$ 408 mil, doados por seis empresas adotantes do espaço: Hospital Moinhos de Vento, Melnick, Panvel, Tramontina e Grupo Zaffari.

Em seu discurso, o prefeito demonstrou preocupação que as melhorias feitas no parque sejam mantidas pela sociedade. “Hoje os parques estão privatizados pra bandidagem, pra drogadição, pra baderna noturna”, lamentou Melo. E complementou. “Eu acho que os espaços públicos precisam ser usados com responsabilidade”. O prefeito afirmou que pretende debater o tema com os atores públicos para encontrar uma solução.

O aposentado Eduardo Aschutti da Fonseca, concorda que esse é o principal ponto a ser observado pelo poder público. "É dinheiro rasgado. Em questão de um mês, não tem mais nada, vai estar tudo quebrado”, afirma o morador do bairro, que diz já ter visto outros mobiliários públicos serem depredados nos mais de 30 anos que vive na região. “Tem que colocar guarda, ter governança. O Parcão é o nosso quintal", desabafou o aposentado.

Situação do lago

O local vem passando por estudos para obras de melhoria, ao longo do último ano. Com os trabalhos de desassoreamento, estima-se a retirada de cinco mil metros cúbicos de sedimentos, aumentando a profundidade do lago em até um metro e possibilitando aumento da quantidade de água. Para aumentar a oxigenação da água, será recuperada a pequena cascata já existente e serão instalados aeradores. Também será instalado um poço artesiano, de até 30 metros de profundidade que irá suprimir a escassez de água em períodos de seca.

O diretor de Áreas Verdes, da Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade da Capital, Alex Souza, explicou que as condições no lago eram impróprias para a vida de patos, marrecos e gansos que eram abandonados no local. “Desde que o parque foi fundado, que o lago que foi feito, a gente tem uma matéria orgânica se depositando no fundo do espelho d’água que acaba não deixando uma condição propícia pra vida dos animais”, explica. Dentre o material encontrado no estudo do lago estavam resquícios de pipoca e de pão, alertando para o risco de alimentar os animais de forma inadequada.

O representante da Smamus destaca que a população precisará ter paciência com alguns transtornos como o fechamento do estacionamento, para que os resíduos da dragagem possam secar antes de serem levados ao destino final. Também em razão das obras, haverá alteração do local da Feira Mercadão do Produtor do Moinhos de Vento. As bancas tradicionalmente instaladas no estacionamento do Largo José Antônio Daudt serão transferidas para a rua Comendador Caminha. A feira segue ocorrendo todas as quintas-feiras, das 14h às 20h, com a participação de produtores rurais e feirantes.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895