Memorial lembra vítimas de feminicídio em Rio Grande

Memorial lembra vítimas de feminicídio em Rio Grande

Monumento leva o nome de Fabiane Desidério Lopes, que foi morta, grávida, em 2018

Angélica Silveira

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Com o objetivo de preservar a memória de vítimas de feminicídio em Rio Grande, um memorial foi inaugurado na praia do Cassino. “Nem todas as mulheres sobreviveram, porém todas têm uma história a nos ensinar e, por elas, não desistiremos” é a mensagem gravada no monumento, na avenida Rio Grande. A criação foi uma proposta da vereadora Regininha (PT), desenvolvida em parceria com a Secretaria Municipal do Cassino.

O memorial tem o nome de Fabiane Desidério Lopes, que, conforme a investigação, foi assassinada pelo companheiro, em 2018, aos 28 anos, quando estava grávida. Ela foi esfaqueada, e o bebê também morreu. Conforme informações da Polícia Civil, até esta quarta-feira nenhum feminicídio havia sido registrado na cidade neste ano. Em 2021, foram três casos.

Segundo a vereadora, há falhas nas políticas públicas existentes para prevenir a violência contra a mulher. Para ela, o processo parte da educação e o memorial é como um marco para a mudança de comportamento das pessoas em relação a violência contra o público feminino. “Estar aqui não é algo que gostaríamos, mas é algo necessário", afirma.

Rodeado de flores, o espaço também representa, conforme a proposta, a força e a luta das mulheres diante das dificuldades. A pedra do monumento foi retirada dos Molhes da Barra. “Quando começamos a discutir sobre a ideia do memorial, pensei que o local deveria demonstrar a força de tudo que a luta das mulheres representa. Uma pedra enfrentou ressacas, tem sinais do tempo e é firme e forte, como a luta das mulheres”, destacou o secretário do Cassino, Sandro Boka.

Durante a inauguração, o prefeito Fábio Branco destacou a importância da união entre o poder público, com a execução de políticas públicas, das forças de segurança e do Judiciário na efetiva proteção dos direitos das mulheres. “Coube a mim fazer uma assinatura e, agora, cabe ao poder público e todos nós fazer com que a política funcione”, enfatizou ele em relação à criação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher Vítima de Violência no início deste mês.


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