Mesmo alegando preço 'salgado', consumidores lotam bancas da Feira do Peixe de Porto Alegre

Mesmo alegando preço 'salgado', consumidores lotam bancas da Feira do Peixe de Porto Alegre

Lojas de chocolate do Mercado Público também registraram grande procura nesta quinta-feira

Felipe Samuel

Prefeito Sebastião Melo visita a Feira do Peixe e critica perfuração do piso do Largo Glênio Peres

publicidade

Na véspera da Sexta-Feira Santa, o movimento se acentuou no comércio de Porto Alegre, refletindo a aposta de comerciantes em boas vendas na data. De olho nas ofertas de produtos para a Páscoa, o público lotou as bancas da Feira do Peixe, no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico, nesta quinta-feira. Nas 40 bancas que compõem a feira, consumidores formavam fila para atendimento em busca de peixes e frutos do mar. No Mercado Público e em lojas especializadas de chocolate da região, a presença maciça de público também era notada.  

A diarista Maria Inês Chaves Marques comprou uma tainha e um linguado. Ela se deslocou do bairro Ponta Grossa, na Zona Sul, até o Centro Histórico para garantir a refeição da família na data. “Nem precisei procurar muito, só entrei aqui na banca. A gente não pode fazer muita 'onda', porque está tudo muito caro. É só fazer de conta que vamos comer peixe”, diverte-se. Mesmo com o preço salgado, Maria Inês adquiriu dois quilos de pescado. “A tainha vou assar porque sempre asso. E o linguado vou fazer um filezinho”, afirma.

Mesmo com a reclamação dos consumidores quanto ao preço dos produtos, o movimento nas bancas animava os representantes da Associação dos Pescadores e Piscicultores do Extremo Sul (Appesul). Vice-presidente da entidade e proprietária de uma banca, Roberta Superti afirma que os produtos mais vendidos durante a feira são o bolinho de peixe e o filezinho de merluza. Ela avalia que as boas vendas representam novo fôlego para o setor. “O movimento está acima do que esperado, porque o pessoal deixou para a última hora”, destaca.

Com a grande movimentação de consumidores, os funcionários tinham dificuldade para ter um momento de descanso. “Isso é ótimo, é isso que queremos, chegar sexta-feira e estar tranquilo, ter um pouco de produto para não deixar o pessoal na mão, mas garantir nesta quinta-feira a venda forte”, reforça, lembrado que o setor sofreu por três anos com os reflexos da pandemia. “Esse ano vai dar tudo certo, vamos vender todo estoque e recuperar o prejuízo”, completa.

Ao visitar as bancas, o prefeito Sebastião Melo afirma que a feira do peixe é uma oportunidade para as pessoas consumirem um produto saudável. “É um ato que deveria se estender para o ano todo. E segundo, proporciona ao pessoal das ilhas, que são pescadores, que possam comercializar seus produtos numa feira com tradição”, destaca. Melo adianta que a ideia da prefeitura é realizar feira do peixe também nas zonas Norte e Leste.

Apesar do bom movimento no Largo Glênio Peres, Melo fez criticas às instalações das estruturas. “A empresa furou o chão e não concordo com isso. Estragou o piso do Largo Glênio Peres e nós vamos conversar com eles”, promete.

Se a feira registrava bom movimento de público, em lojas de chocolates o cenário era semelhante. Franqueado de uma loja especializada de chocolate localizada na rua Siqueira Campos, Andrew Romano se desdobrava para atender os clientes . “O movimento está maravilhoso, suprindo uma baixa que teve no Natal. Na Páscoa tem uma tendência de venda bem alta”, revela.

Com produtos novos e acessíveis, a expectativa é alavancar o número de vendas. O preço dos produtos varia de R$ 9,90 a R$ 129,90. “Por falta de opções o pessoal não vai deixar de comprar, só se deixar para a última hora”, brinca. “A demanda retraída agora apresenta uma compensação bem boa, estamos em alta em relação a outras páscoas anteriores à pandemia e agora está suprindo esse período ruim econômico durante a pandemia”, completa.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895